Minas tem alta de 164% de casos suspeitos de dengue e de 114% nas mortes pela doença

Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) indicam disparada na comparação com os 12 meses de 2015. Estado já tem 163 mortes e mais de 518 mil notificações

João Henrique do Vale

Postos de saúde de Belo Horizonte ficaram lotados com pacientes com suspeita da doença no início deste ano - Foto: Cristina Horta/EM/D.A Press


A queda do número de casos de dengue nos últimos dois meses em Minas Gerais pode servir de alívio para as autoridades de saúde. Mesmo assim, o total de pessoas com suspeita da doença e de pacientes que morreram em decorrência da enfermidade nunca foi tão grande no estado quanto neste ano. Dados divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde (SES) nesta quarta-feira mostram que foram registrados 518.656 casos prováveis de dengue, 164,4% mais que em todo o ano passado e 25,1% acima de 2013, período até então considerado o de maior epidemia.

Não é apenas o número de infectados pelo Aedes aegypti que preocupa. A quantidade de mortes também já é o mais alta da história. Até esta quarta-feira, 163 pessoas haviam perdido a vida em decorrência da dengue em Minas Gerais neste ano. O número é 114,4% superior ao total de 2015, que teve 76 mortes. Se comparado com 2013, período que detinha o título de maior número de mortes (117), a alta é de 39,3%.
A situação em 2016 pode ser ainda pior, pois 161 óbitos ainda estão sendo investigados.

Belo Horizonte tornou-se a cidade com o maior número de mortes neste ano, 39 no total. Em seguida vêm Juiz de Fora, na Zona da Mata, com 35; Uberaba, no Triângulo, com 8; Itaúna, na Região Centro-Oeste, com 6; Contagem, na Grande BH, Divinópolis e Pará de Minas, ambas da Região Centro-Oeste, com 5 cada. Segundo a SES, 81,5% das vítimas apresentavam doenças associadas. Mais da metade dos óbitos são de pacientes acima de 65 anos. Exames feitos nos doentes mostram que dois tipos de vírus da dengue estão circulando no estado. A do tipo 1 é a mais comum. Já o tipo 2 foi detectado em Uberaba, no Triângulo Mineiro, em três pessoas.

Analisando o número de notificações da doença, que engloba as confirmações e suspeitas, é possível notar uma diminuição da incidência ao longo do ano. Em janeiro foram 63.833 casos  e em fevereiro, 143.943. Em março, Minas registrou o pico da doença no ano, chegando a 159.567. De lá até esta quarta-feira, houve quedas significativas. Em abril, foram 116.943 casos; em maio, 31.877; e em junho, dados parciais indicam 2.493 casos.


Zika e chikungunya

Outras doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti também seguem em alta. Minas Gerais já registrou 4.344 casos de zika e ainda investiga 9.614 notificações suspeitas. Exames descartaram 1.885 diagnósticos. A maioria dos casos foi confirmada por critério clínico-epidemiológico, em municípios com comprovada circulação do vírus. O parâmetro segue o protocolo do Ministério da Saúde, que estabelece que, quando o vírus circula em determinado local, não é preciso realizar exames laboratoriais para confirmar o diagnóstico.

O número de grávidas com zika já chega a 275. Outros 604 casos estão sendo apurados. Montes Claros, no Norte de Minas, lidera a lista de número de gestantes infectadas: 41 no total. Em seguida vêm Belo Horizonte, com 38; Ipatinga, no Vale do Aço, com 34; Sete Lagoas, na Região Central, com 28; e Coronel Fabriciano e Governador Valadares, na Região do Rio Doce, com 18 cada.

Já em relação à febre chikungunya, o número de casos chegou a 93.
Minas já teve 1.784 notificações da doença, sendo que 972 já foram descartadas e outras 719 seguem em investigação.

 

(RG)

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