A Polícia Civil ouviu quatro dos 10 suspeitos de participar de um estupro coletivo contra uma menina de 13 anos em Juiz de Fora, na Região da Zona da Mata. Também foi ouvida uma outra garota menor de idade que estava com vítima momentos antes de o crime acontecer. Outros depoimentos são colhidos na tarde desta quarta-feira pela delegada Ângela Fellet, titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, responsável pelo caso. Dois vídeos que mostram o momento dos abusos são analisados pelos investigadores.
De acordo com as investigações, ao menos oito pessoas praticaram abusos contra a adolescente. Das pessoas suspeitas, duas são maiores de idade. Já os outros dois investigados teriam, aparentemente, tido relações com a vítima e outra garota de forma consentida, mas, como ela é menor de 14 anos, também seriam autores de estupro de vulnerável mesmo com o consentimento. Uma mulher que teria divulgado um vídeo em uma rede social também é procurada.
O crime ocorreu na noite de sábado e madrugada de domingo, depois de a garota participar de uma festa junina com a presença da família.
Eles foram até uma casa abandonada na Vila Olavo Costa, mas acabaram surpreendidos por homens que seriam responsáveis pelo tráfico de drogas na região. Segundo a delegada Ângela Fellet a amiga da vítima seria parente de um dos traficantes do grupo, o que motivou sua liberação junto com os dois rapazes. A garota, então, foi levada para outra casa, sofreu abuso sexual e só foi liberada na manhã de domingo, de acordo com a delegada.
Durante toda esta terça-feira, investigadores vasculharam as vilas Olavo Costa e Furtado de Menezes, na Região Sudeste de Juiz de Fora, tentando localizar o imóvel usado para cometer o crime e também à procura de pistas que possam ajudar a solucionar todas as dúvidas da delegada. Nesta quarta-feira, a adolescente vítima dos estupros, junto com a mãe, indicou os locais onde teriam acontecido os abusos. Segundo a delegada, os três imóveis têm as mesmas características dos locais que aparecem nos vídeos dos abusos.
Depois das ações, quatro suspeitos, todos menores, compareceram À delegacia da cidade e prestaram depoimento. O teor das oitivas não foi repassado pela Polícia Civil, assim como a entrevista com a adolescente que estava com a vítima momentos antes do crime.
Ângela Fellet também comentou que informações preliminares do exame feito pela jovem para atestar a conjunção carnal e atos libidinosos dão conta que o laudo foi inconclusivo, mas isso não desqualifica o crime. "Ainda não recebi o resultado, mas essa não é nossa única fonte de provas", completa a delegada. A Polícia Civil considera o grupo suspeito de ter praticado estupro perigoso, o que motivou a saída até mesmo da família da vítima de casa, temendo represálias devido à denúncia.
RB
.