Um dos mais importantes integrantes do patrimônio cultural de Minas, a Fazenda Boa Esperança, em Belo Vale, na Região Central do estado, passará por reforma. O despacho que garante o desenvolvimento de estudos técnicos para a ocupação da fazenda do século 18 foi assinado pelo governador Fernando Pimentel nesta quarta-feira.
A fazenda é tombada pelos governos federal e estadual e pertence ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). A iniciativa é uma parceria com o Instituto Inhotim e a Prefeitura de Belo Vale.
De acordo com o governador, o Vale do Paraopeba, com o Inhotim em uma ponta e a Fazenda Boa Esperança na outra, é exatamente a ponte entre o século 18 e o século 21. “A fazenda, que é do século 18, foi tombada como patrimônio nacional em 1959, e, desde então, nada ou quase nada foi feito para preservá-la e incorporá-la ao patrimônio de Minas Gerais. Agora vamos tornar isso possível. A fazenda vai ser revitalizada, reformada, o projeto já está em andamento, e o Instituto Inhotim vai tomar conta, junto com a prefeitura”, afirmou o governador. Para ele, a requalificação da Fazenda Boa Esperança é uma forma de torná-la “peça útil ao acervo cultural” de Minas Gerais.
O projeto para ocupação da fazenda será feito pelo Iepha-MG e pelo Inhotim. Esses estudos compõem o “Refazenda - Projeto para Revitalização da Fazenda Boa Esperança”, e contemplam ações integradas de plano de gestão, ocupação artística, educação patrimonial e relacionamento com a comunidade de Belo Vale. “O objetivo é potencializar geração de renda para a região e as atividades educativas e sociais, de forma a inserir as comunidades quilombolas do entorno no projeto de sustentabilidade da Boa Esperança”, informou o governo. A estimativa de investimento é de R$ 1,6 milhão.
Em agosto, o Iepha-MG vai publicar edital de licitação para a recuperação da propriedade. O custo estimado é de R$ 2,34 milhões. Serão executadas obras de restauração arquitetônica e de instalações complementares da sede, além de criação de infraestrutura para ampliar as possibilidades de uso. A parceria tornará a Fazenda Boa Esperança e seu acervo uma área de visitação, com obras do Inhotim e preservação da reserva florestal.
Quem chega à fazenda, a seis quilômetros do Centro de Belo Vale, não deixa de se impressionar com a grandiosidade do monumento histórico e paisagístico, considerado palácio rural desde os tempos do Barão de Paraopeba (coronel Romualdo José Monteiro de Barros, 1773/1855), senhor de mais de 900 escravos que trabalhavam na mineração de ouro e agricultura. Logo na entrada, no meio do extenso pátio gramado, duas frondosas sapucaias dão boas-vindas aos visitantes, convidando ao silêncio, comunhão com a natureza e contemplação do engenho de pedra (paiol) e da capela de Nosso Senhor dos Passos, na varanda comprida. A varanda dos fundos tem 36 metros de comprimento e 2,5m de largura, com esteiras coloridas de taquara no forro. O sobrado de 45 portas hospedou dom Pedro II. Nele chamam a atenção os muxarabis, janelas em treliça azul que permitem à pessoa que está dentro da casa ver a parte externa sem ser vista.
Filme e livro
Cenário do filme Vinho de Rosas, da cineasta mineira Elza Cataldo, a história da Boa Esperança também foi contada em livro do jornalista Tarcísio Martins, nascido em Belo Vale. A obra conta que “a área original, situada na antiga região do Rio Paraopeba, era formada por 25 mil alqueires e compreendia dezenas de fazendas com prósperas minas. Anos mais tarde, com o esgotamento do ouro, as fazendas dos Monteiro de Barros passaram a trabalhar o campo para cultivo da terra. O que se produzia na Boa Esperança, além de atender ao consumo interno, abastecia a capital da Província de Minas, Ouro Preto. Os bons resultados do latifúndio proporcionaram ao lendário Barão de Paraopeba poder econômico e títulos”.
A fazenda adquiriu papel pioneiro na indústria metalúrgica do país, com o desenvolvimento de atividades precursoras da tecnologia industrial siderúrgica. “No tradicional casarão, foram tomadas importantes decisões políticas, além de ser residência de um presidente da província de Minas (1850), o Barão de Paraopeba”, escreveu Martins.
A fazenda é tombada pelos governos federal e estadual e pertence ao Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG). A iniciativa é uma parceria com o Instituto Inhotim e a Prefeitura de Belo Vale.
De acordo com o governador, o Vale do Paraopeba, com o Inhotim em uma ponta e a Fazenda Boa Esperança na outra, é exatamente a ponte entre o século 18 e o século 21. “A fazenda, que é do século 18, foi tombada como patrimônio nacional em 1959, e, desde então, nada ou quase nada foi feito para preservá-la e incorporá-la ao patrimônio de Minas Gerais. Agora vamos tornar isso possível. A fazenda vai ser revitalizada, reformada, o projeto já está em andamento, e o Instituto Inhotim vai tomar conta, junto com a prefeitura”, afirmou o governador. Para ele, a requalificação da Fazenda Boa Esperança é uma forma de torná-la “peça útil ao acervo cultural” de Minas Gerais.
O projeto para ocupação da fazenda será feito pelo Iepha-MG e pelo Inhotim. Esses estudos compõem o “Refazenda - Projeto para Revitalização da Fazenda Boa Esperança”, e contemplam ações integradas de plano de gestão, ocupação artística, educação patrimonial e relacionamento com a comunidade de Belo Vale. “O objetivo é potencializar geração de renda para a região e as atividades educativas e sociais, de forma a inserir as comunidades quilombolas do entorno no projeto de sustentabilidade da Boa Esperança”, informou o governo. A estimativa de investimento é de R$ 1,6 milhão.
Em agosto, o Iepha-MG vai publicar edital de licitação para a recuperação da propriedade. O custo estimado é de R$ 2,34 milhões. Serão executadas obras de restauração arquitetônica e de instalações complementares da sede, além de criação de infraestrutura para ampliar as possibilidades de uso. A parceria tornará a Fazenda Boa Esperança e seu acervo uma área de visitação, com obras do Inhotim e preservação da reserva florestal.
Quem chega à fazenda, a seis quilômetros do Centro de Belo Vale, não deixa de se impressionar com a grandiosidade do monumento histórico e paisagístico, considerado palácio rural desde os tempos do Barão de Paraopeba (coronel Romualdo José Monteiro de Barros, 1773/1855), senhor de mais de 900 escravos que trabalhavam na mineração de ouro e agricultura. Logo na entrada, no meio do extenso pátio gramado, duas frondosas sapucaias dão boas-vindas aos visitantes, convidando ao silêncio, comunhão com a natureza e contemplação do engenho de pedra (paiol) e da capela de Nosso Senhor dos Passos, na varanda comprida. A varanda dos fundos tem 36 metros de comprimento e 2,5m de largura, com esteiras coloridas de taquara no forro. O sobrado de 45 portas hospedou dom Pedro II. Nele chamam a atenção os muxarabis, janelas em treliça azul que permitem à pessoa que está dentro da casa ver a parte externa sem ser vista.
Filme e livro
Cenário do filme Vinho de Rosas, da cineasta mineira Elza Cataldo, a história da Boa Esperança também foi contada em livro do jornalista Tarcísio Martins, nascido em Belo Vale. A obra conta que “a área original, situada na antiga região do Rio Paraopeba, era formada por 25 mil alqueires e compreendia dezenas de fazendas com prósperas minas. Anos mais tarde, com o esgotamento do ouro, as fazendas dos Monteiro de Barros passaram a trabalhar o campo para cultivo da terra. O que se produzia na Boa Esperança, além de atender ao consumo interno, abastecia a capital da Província de Minas, Ouro Preto. Os bons resultados do latifúndio proporcionaram ao lendário Barão de Paraopeba poder econômico e títulos”.
A fazenda adquiriu papel pioneiro na indústria metalúrgica do país, com o desenvolvimento de atividades precursoras da tecnologia industrial siderúrgica. “No tradicional casarão, foram tomadas importantes decisões políticas, além de ser residência de um presidente da província de Minas (1850), o Barão de Paraopeba”, escreveu Martins.
RB