Leonardo Alexandro de Assis Ribeiro e Leandro de Assis Ribeiro estavam num Ford Fiesta prata quando despertaram a atenção da segurança interna da UFMG. De acordo com o tenente Rafael Johnson, da Polícia Militar, os vigilantes relataram que a dupla tentou arrombar um carro antes de ser pega em flagrante. Os irmãos foram conduzidos até a 17ª Companhia, do 34º Batalhão, de onde foram encaminhadas à Central de Flagrantes (Ceflan).
Com os suspeitos, foram encontrados diversos materiais: três rádios automotivos, três mochilas, três blusas de frio, uma maleta com 12 óculos escuros, um tripé de alumínio, um estepe de carro, dois relógios de pulso dois celulares, um talão de cheques mais duas folhas avulsas, uma chave de fenda que seria usada para arrombar os veículos, além de cartões de lojas, bancários e documentos de outras pessoas. Segundo o tenente, eles confessaram os crimes à PM. “Os furtos na UFMG são constantes, segundo os vigilantes. Os alunos se manifestam por redes sociais, mas não registram boletim de ocorrência”, afirma Rafael Johnson.
A Polícia Civil informou que, por terem sido detidos em flagrante, Leandro e Leonardo foram conduzidos diretamente ao sistema prisional, depois de serem ouvidos. Eles não tinham passagem na polícia. No vídeo, os seguranças mostram o material que havia dentro do veículo, xingam os suspeitos e levantam a cabeça de um deles para que mostre o rosto.
O Sindicato dos Vigilantes, José Carlos de Souza, afirmou que não recebeu qualquer comunicado sobre o ocorrido e ligou na empresa que faz a vigilância na UFMG depois de ver o vídeo na internet. “Essa é uma condução totalmente errada e não é o normal de ocorrer. Ficamos surpresos. Entendo que os arrombamentos vêm ocorrendo há muito tempo e os seguranças estão atrás desse pessoal há muito tempo e, por isso, extravasaram. Mas cometeram excesso.”
Por meio de nota, a universidade informou que “repudia a forma como se deu a abordagem a duas pessoas que no último dia 28 de junho foram flagradas arrombando veículos no câmpus Pampulha”. Acrescenta que ocorreu de maneira claramente incompatível com os valores cultuados pela universidade, contrariando os princípios da UFMG que defendem, sobretudo, o respeito aos direitos humanos, e contrariando também as orientações repassadas pela Pró-Reitoria de Administração à empresa prestadora dos serviços de segurança, responsável pela contratação dos vigilantes envolvidos na atuação”.
RB