A morte do maior jacaré já visto na Lagoa da Pampulha deixou impressionados funcionários do Parque Ecológico, da Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte e os cientistas da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), quando o cadáver do réptil com cerca de 3,2 metros e aproximadamente 100 quilos foi encontrado boiando. Isso porque, mesmo naquele ambiente poluído há décadas, o réptil, que é da espécie jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris) se desenvolveu superando a média máxima de 3 metros de indivíduos encontrados na natureza e se aproximando dos maiores exemplares de cativeiro, que chegaram a 3,5 metros, um desenvolvimento que ainda intriga os estudiosos, que se debruçam também sobre outros mistérios em torno do réptil “gigante”. Ainda não se sabe qual a causa da morte do jacaré nem os impactos que ela pode levar à dinâmica territorial desses répteis que estão no topo da cadeia alimentar do ecossistema do reservatório belo-horizontino, sendo necessários estudos complementares e mais aprofundados, já que não há literatura oficial disponível sobre o tema na capital mineira. As estimativas da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte são de que haja mais de 20 jacarés na Pampulha.
Foi durante uma das corriqueiras manutenções que os funcionários da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) fazem numa balsa ao redor da lagoa, no fim de fevereiro, que o corpanzil foi avistado boiando, nas proximidades do parque Ecológico. Os trabalhadores do parque foram chamados e contactaram os especialistas da Fundação Zoo-Botânica para retirar o animal da água. O corpo estava em estado de decomposição e era de um macho. Depois de medido e de amostras terem sido retiradas, esse material foi encaminhado aos departamentos de patologia e toxicologia da Escola de Veterinária para determinar qual a causa da morte do jacaré.
De acordo com Eder Aguiar Faria Júnior, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Veterinária da UFMG, o jacaré é um dos animais mais antigos da Pampulha, uma vez que a espécie pode chegar aos 50 anos, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). “Não foi possível determinar exatamente a idade do animal, mas se trata de um jacaré mais velho. O tamanho também intriga. A Lagoa da Pampulha é um ambiente muito modificado e ainda é preciso determinar se algum fator específico possibilitou o crescimento desse espécime”, disse.
Próximo ao jacaré foram encontrados destroços de uma grande tilápia e o pesquisador da UFMG afirma ter presenciado o grande crocodiliano se alimentando quando ainda estava vivo. “Ele consumia peixes, pequenas aves, pequenos mamíferos, artrópodes e insetos. Muita gente fala das capivaras, mas nunca se viu um jacaré comendo esse roedor na lagoa. Por outro lado, já vi os dois animais coexistindo muito próximos, sem qualquer hostilidade”, observa Eder Júnior. A área de domínio do jacaré é muito ampla e o grande réptil era mais facilmente avistado no dique que represa o lago na Bairro Copacabana, mas aparições também foram registradas nas proximidades do Parque Ecológico, da Ilha dos Amores e até mesmo da Igrejinha de São Francisco de Assis. “São animais territorialistas. As fêmeas, principalmente, têm a questão de proteção de ninhos muito forte, mas como é um ambiente modificado (a lagoa poluída) não é possível comparar com a dinâmica territorial dos jacarés encontrados na natureza”.
O pesquisador espera que estudos que vêm sendo realizados pela Escola de Veterinária possam futuramente responder a essas perguntas e mostrar como esse animal, que é parte da vida selvagem de Belo Horizonte, vive, se reproduz e sua importância para o ecossistema. “Sabemos que os jacarés escolhem normalmente as melhores áreas possíveis para a postura de ovos e para a captação de energia pelo sol, mas só com mais estudos saberemos essas e outras particularidades, como por exemplo, como a população de jacarés vai reagir agora que o maior deles não está mais presente. Saberemos qual era a sua importância e o seu papel dessa forma”, disse Eder Júnior.
Foi durante uma das corriqueiras manutenções que os funcionários da Superintendência de Desenvolvimento da Capital (Sudecap) fazem numa balsa ao redor da lagoa, no fim de fevereiro, que o corpanzil foi avistado boiando, nas proximidades do parque Ecológico. Os trabalhadores do parque foram chamados e contactaram os especialistas da Fundação Zoo-Botânica para retirar o animal da água. O corpo estava em estado de decomposição e era de um macho. Depois de medido e de amostras terem sido retiradas, esse material foi encaminhado aos departamentos de patologia e toxicologia da Escola de Veterinária para determinar qual a causa da morte do jacaré.
De acordo com Eder Aguiar Faria Júnior, do Departamento de Medicina Preventiva da Faculdade de Veterinária da UFMG, o jacaré é um dos animais mais antigos da Pampulha, uma vez que a espécie pode chegar aos 50 anos, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). “Não foi possível determinar exatamente a idade do animal, mas se trata de um jacaré mais velho. O tamanho também intriga. A Lagoa da Pampulha é um ambiente muito modificado e ainda é preciso determinar se algum fator específico possibilitou o crescimento desse espécime”, disse.
Próximo ao jacaré foram encontrados destroços de uma grande tilápia e o pesquisador da UFMG afirma ter presenciado o grande crocodiliano se alimentando quando ainda estava vivo. “Ele consumia peixes, pequenas aves, pequenos mamíferos, artrópodes e insetos. Muita gente fala das capivaras, mas nunca se viu um jacaré comendo esse roedor na lagoa. Por outro lado, já vi os dois animais coexistindo muito próximos, sem qualquer hostilidade”, observa Eder Júnior. A área de domínio do jacaré é muito ampla e o grande réptil era mais facilmente avistado no dique que represa o lago na Bairro Copacabana, mas aparições também foram registradas nas proximidades do Parque Ecológico, da Ilha dos Amores e até mesmo da Igrejinha de São Francisco de Assis. “São animais territorialistas. As fêmeas, principalmente, têm a questão de proteção de ninhos muito forte, mas como é um ambiente modificado (a lagoa poluída) não é possível comparar com a dinâmica territorial dos jacarés encontrados na natureza”.
O pesquisador espera que estudos que vêm sendo realizados pela Escola de Veterinária possam futuramente responder a essas perguntas e mostrar como esse animal, que é parte da vida selvagem de Belo Horizonte, vive, se reproduz e sua importância para o ecossistema. “Sabemos que os jacarés escolhem normalmente as melhores áreas possíveis para a postura de ovos e para a captação de energia pelo sol, mas só com mais estudos saberemos essas e outras particularidades, como por exemplo, como a população de jacarés vai reagir agora que o maior deles não está mais presente. Saberemos qual era a sua importância e o seu papel dessa forma”, disse Eder Júnior.