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Estado de Minas

Audiência pública vai debater proposta de transformar Praça do Papa em parque

Projeto de lei que tramita na Câmara de BH propõe transformar o cartão-postal aos pés da Serra do Curral em espaço cercado e com hora para abrir e fechar


postado em 07/07/2016 06:00 / atualizado em 07/07/2016 07:34

Marcado pelo Cruzeiro que celebra a visita de João Paulo II, ponto é um dos mais visitados da capital(foto: Rodrigo Clemente/EM/DA Press)
Marcado pelo Cruzeiro que celebra a visita de João Paulo II, ponto é um dos mais visitados da capital (foto: Rodrigo Clemente/EM/DA Press)
Um dos principais cartões-postais de Belo Horizonte, a Praça do Papa pode ser transformada em um parque público, com horário para abrir e fechar e cercado por grades ou outro tipo de proteção. A tradicional área no Bairro Mangabeiras, Região Centro-Sul da capital, é tema do Projeto de Lei 1.954/16, que tramita na Câmara Municipal e será discutido com a população em audiência pública a ser agendada em breve. A associação de moradores apoia a iniciativa.

O autor da proposta é o vereador Pablo César, o Pablito. Ele defende que a praça, no sopé da Serra do Curral, seja transformada no Parque Municipal Governador Israel Pinheiro (1896-1973) – oficialmente, o ponto turístico na Região Centro-Sul da capital já leva o nome do político que ajudou Juscelino Kubitschek (1902-1976) a construir Brasília.

A ideia é que o local seja administrado pela Fundação de Parques Municipais. “A entidade pode cercar e determinar horários para entrada e saída dos usuários, mas tudo tem de passar por audiência pública, ser debatido com os usuários. O que ninguém quer mais é ver cenas de badernas, como as que ocorreram na ‘Segunda sem lei’”, justificou Pablito.

O parlamentar se refere aos bailes funk que ocorreram no local até o início deste ano, quando um casal de jovens morreu espancado. Um rapaz de 23 anos teria se envolvido em uma briga e a namorada dele, de 16, supostamente tentou protegê-lo. Os dois foram agredidos na noite de 2 de fevereiro e não resistiram aos ferimentos.

“Se a praça virar um parque, acredito, haverá um olhar mais cauteloso e mais rigoroso com uso do espaço público. O texto tem como objetivo valorizar o ponto turístico, uma vez que, sendo parque municipal, será mais bem administrado e cuidado”, completa o autor da ideia.

A primeira audiência pública para discutir a sugestão ainda não tem data agendada, mas deve ocorrer em breve, diante da importância do cartão-postal, cujo apelido de Praça do Papa vem de 1980, quando João Paulo II (Karol Joséf Wojtyla, 1920-2005) celebrou missa no local, em visita à capital.

Diante da vista do alto da cidade, o pontífice exclamou: “Que belo horizonte!”. De lá para cá, muitos eventos foram realizados na área, onde um cruzeiro foi erguido em homenagem ao papa. Mas o local também foi palco de várias ocorrências policiais.

O presidente da Associação dos Moradores do Bairro Mangabeiras, Rodrigo Bedran, recebeu bem a proposta. “A Praça do Papa tem três grandes problemas: segurança, conservação aquém da expectativa e a questão ambiental, pois está próxima à Serra do Curral. Vejo o projeto de lei como boa alternativa para atacar esses desafios”. Na região, explica o vereador, já existe um precendente: o mirante do Mangabeiras, atrás da residência oficial do governador, já foi um espaço aberto. Depois de várias ocorrências policiais, o ponto turístico foi cercado e hoje tem horário de visitação.


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