Depois de anunciar restrição a entrega de fita de glicemia para pacientes com diabetes por baixa no estoque, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) anunciou, nesta sexta-feira, que já o processo de compra do material em caráter emergencial. A previsão feita pela Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) é que no início de agosto a situação seja regularizada.
Desde quinta-feira, apenas crianças até 11 anos e 11 meses de idade, gestantes e pacientes em terapia renal substitutiva, ou seja, que fazem hemodiálise ou diálise peritoneal, estão com o direito de receber a fita. A PBH alegou que o estoque do material está baixo, devido a falta de repasse pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).
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Repasse de fita de glicemia para diabéticos é restringido em BHSecretaria de Saúde de Belo Horizonte recebe reforço de fitas de glicemiaRestrição no fornecimento de fita de glicemia pode acabar em Belo HorizonteA Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que na primeira programação de medicamentos básicos de 2016, Belo Horizonte solicitou 3.406.400 unidades de tiras reagentes, totalizando R$ 1.226.304, “o que correspondeu a todo o valor investido em tiras reagentes para o município no ano de 2016, sendo atendido pela SES-MG em 100% do quantitativo solicitado”.
Nesta sexta-feira, a SMSA explicou que o repasse não foi suficiente para atender a demanda da população. “O repasse das tiras de glicemia pela SES é realizado trimestralmente. Entretanto, em 2016, a SMSA recebeu só em abril, da SES, o primeiro repasse referente às tiras, no valor de R$1.226.308,50, que permitiu a aquisição de 3.406.400 tiras de glicemia. O consumo médio mensal em Belo Horizonte é de aproximadamente 1 milhão de fitas”, disse em nota.
Alegou, ainda, que os insumos para o tratamento para diabetes foram reajustes. “Em 2015, a média do valor unitário da tira de glicemia era de R$ 0,19. Em 2016, o valor subiu para R$ 0,36, em média. Apesar do aumento no valor do insumo, não houve reajuste no repasse de recurso disponibilizado pela SES”, completou.
A Secretaria Municipal informou que encaminhou à SES uma nova programação para garantir o abastecimento para três meses, porém, foi informada que “o repasse efetuado em março correspondia ao recurso total anual previsto para o município”.
A Secretaria de Estado da Saúde (SES) disse ter cumprido todos os valores solicitados pelas prefeituras e que disponibilizou as tiras reagentes aos municípios para que os mesmos pudessem distribuí-las aos usuários. “O governo do estado repassou 100% do que foi pedido”, afirmou a SES.
Ainda de acordo com a SES, a legislação referente ao fornecimento de insumos para o monitoramento de diabetes estabelece que estado e municípios são responsáveis pela aquisição desses insumos. “A SES-MG não disponibiliza o recurso financeiro para aquisição pelos municípios, e sim distribui o insumo diretamente aos almoxarifados municipais”, acrescentou.
Para a Prefeitura de Belo Horizonte, a SES disse ter antecipado 100% dos quantitativos solicitados pelo município, referentes a 2016, para que fossem distribuídos ao longo de todo o ano. “Considerando que o município é o responsável pela gestão de estoque dos itens a serem disponibilizados aos usuários do SUS, cabe à Prefeitura de Belo Horizonte o planejamento adequado da distribuição desses itens para que não falte aos usuários”, rebateu a SES.
“A possibilidade de antecipação do pedido para atendimento à demanda anual foi aberta a todos os municípios do estado. Assim, aqueles que ainda possuem saldo disponível para programação de tiras reagentes receberão o insumo normalmente conforme cronograma”, conclui a SES, por meio de nota..