Jornal Estado de Minas

Produtor de café é preso por trabalho escravo no Sul de Minas

Um produtor de café foi preso em flagrante por exploração de trabalho escravo em suas propriedades durante operação feita pelo Ministério Público Federal (MPF) e o Ministério Público do Trabalho, com apoio da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. A operação foi quinta-feira na zona rural de Machado, Sul de Minas. As investigações apontam que os empregados da fazenda recebiam entre R$ 40 a R$ 150 por mês e viviam em condições precárias.

O proprietário da Fazenda Santa Helena, Sérgio Roberto Dias, já autuado por redução de trabalhadores à condição análoga a de escravo em dezembro do ano passado, e acusado por submeter seus empregados a condições degradantes de trabalho, ou seja, alojamentos precários, restrição da liberdade por dívidas contraídas pelo empregado, ausência de pagamento de remuneração mínima, além de alimentação insuficiente e fornecimento de bebidas alcoólicas durante o horário de serviço.

Ainda segundo o Ministério Público Federal, os procuradores da República e do Trabalho fizeram a vistoria e encontraram os alojamentos em péssimas condições, com frestas e buracos nas portas e janelas e sem quaisquer condições de vedação e segurança. Pedaços de espuma rasgados e sujos eram feitos de colchões. Na cozinha, não foram encontradas as mínimas condições higiênicas de conservação e guarda dos alimentos. As instalações sanitárias estavam totalmente sujas, sem água limpa, sem papel higiênico e sem qualquer recipiente para coleta de lixo. Além disso, a água destinada ao consumo dos trabalhadores provinha de uma cisterna de concreto sem cobertura superior, onde havia, inclusive, um pássaro morto boiando na água.


O MPF também investiga documentos encontrados na fazenda que demonstram que alguns empregados eram associadas a uma Cooperativa de Cafeicultores da região. Segundo o órgão, trata-se de trabalhadores com pouco ou nenhum conhecimento sobre o mercado de negócios e teriam recebido valores elevados de adiantamentos em títulos de crédito para a safra de café. Um dos trabalhadores possuía títulos de créditos de cerca de 25 mil reais.

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