Leia Mais
Polícia cumpre mandado em Minas na investigação do caso de racismo contra Taís AraújoFaculdade de Direito da UFMG vai apurar caso de racismo de aluno contra segurançasNúmero de casos de racismo denunciados em Minas mais que dobra em dois anosJovem negro denuncia racismo sofrido em supermercado no Santa TerezaCrença no anonimato e impunidade favorecem racismo na internetAutoridades alertam que há como rastrear autores de racismo na internetJovens denunciam ato racista em shopping de BH; estabelecimento nega Desenhos de criança ajudam a descobrir abuso sexual de pastor em Montes Claros“Saí com meu primo e um amigo e encontramos outro colega, que nos falou dessa festa.
Segundo o jovem, eles estavam quase no fim da rua, quando a polícia se aproximou com o giroflex desligado e em alta velocidade. Quatro policiais desceram do carro, sendo uma mulher, com arma em punho e ordenaram que se encostassem, já começando a bater em cada um com cacetete.
Pedro começou a desfalecer. “Falei que era filho de policial, meu irmão é agente penitenciário e que eu havia estudado no Colégio Tiradentes. Quando tentei ligar para meus pais, meu celular foi arremessado para dentro de uma casa. O dono saiu, com medo de a polícia nos matar.
Os dois primos foram colocados dentro do camburão, onde ficaram fechados depois de jogarem spray de pimenta sobre eles. “Meu primo começou a passar muito mal, porque ele sofre de problemas respiratórios, aí o tiraram e, neste momento, minha mãe chegou”, conta Reginaldo. “Fico indignado, porque apanhamos sem ter feito nada. Os militares o conduziram Reginaldo até a unidade de Pronto-Atendimento (UPA) de Passos.
O adolescente afirma que os policiais impediram o médico de examiná-lo e que o profissional aceitou escrever apenas o que os militares recomendasram: que ele tinhalesões leves e que não aceitou ser submetido a uma abordagem policial. “Só pediram meus documentos quando eu estava na companhia da polícia.
O médico de plantão teria confirmado a versão apresentada em seu laudo horas depois na delegacia, o que fez com que o delegado responsável pelo caso, Felipe Capute, desconfiasse, já que ele mesmo percebeu que o rapaz estava machucado.Na delegacia, o jovem chegou a ser preso numa cela e o exame de corpo de delito foi pedido depois de seu depoimento. Para sair, o pai teve de pagar fiança. A família o levou ao pronto-socorro novamente, onde foi atendido por outro médico, que constatou as lesões. O pai de Reinaldo denunciou os militares no Batalhão. De acordo com os jovens, apenas a mulher não cometeu as agressões. Os outros três oficiais já teriam histórico de processos por agressão.
O Estado de Minas tentou contato com o delegado, mas não obteve sucesso. Em entrevista à EPTV, ele disse que, se constatado o crime, a pena pode chegar a 8 anos e tem acréscimo de um terço por ter sido praticado por funcionário público. Os militares continuam trabalhando e uma investigação interna vai ser aberta pela PM, que poderá suspendê-los, se comprovado o abuso.
Ontem, o Estado de Minas não conseguiu contato com a Secretaria de Saúde para comentar a consuta do médico de plantão. À reportagem da TV, informou que ainda não havia sido informada sobre o caso e, se comprovada irregularidade no atendimento, haverá apuração. e boletim de ocorrência. Já o o major Célio César informou que no boletim de ocorrência, os militares afirmam que teriam sido agredios verbalmente por alguns adolescentes e um deles teria jogado uma garrafa contra a viatura. Diante da agressão sofrida, teriam dado voz de prisão aos jovens, que teriam revidado de forma ofensiva. Os militares continuam trabalhando e uma investigação interna vai ser aberta pela PM, que poderá suspendê-los, se comprovado o abuso.
A reportagem também tentou contato com a Secretaria de Saúde para comentar a consuta do médico de plantão. Ela informou à rede de televisão que ainda não havia sido informada sobre o caso e, se comprovada irregularidade no atendimento, haverá apuração.
“É um absurdo muito grande e a ficha não cai. Meu primo passou a semana toda aqui em casa, com medo. Nunca imaginei que um dia sairia na rua e voltaria sendo agredido por policial. Muito pelo contrário, quando descemos aquela rua, estávamos com medo de sermos assaltados”, afirma Reginaldo..