O presidente da Associação Nacional da Indústria da Música (Anafima), Daniel A. Neves, adiantou que a entidade estuda ajuizar uma ação direta de inconstitucionalidade contra a Lei do Pancadão em São Paulo, aprovada no fim de 2015 pelo governador Geraldo Alckmin e que aguarda regulamentação para ter eficácia. Dois projetos de lei que tramitam em Minas Gerais - um na Assembleia Legislativa e outro na Câmara Municipal de BH - são inspirados na norma do estado vizinho, inclusive, com artigos idênticos.
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Projeto que flexibiliza Lei do Silêncio provoca barulho na CâmaraBares do Lourdes vão fechar mais cedo para reduzir barulho, diz PMProjeto na ALMG prevê multa para baile funk em vias públicas de Minas GeraisDobra o número de multas a motoristas com som em volume não autorizados pelo ContranOs projetos de lei no estado, assim como a norma em São Paulo, fixam multa de R$ 1 mil ao dono de veículo que promover o chamado pancadão, baile de funk sem autorização do poder público embalado por som automotivo em via pública. As proposições, dependendo do caso, ainda determinam que o equipamento e o carro sejam apreendidos.
O presidente da Anafima não citou qual seria a inconstitucionalidade. Daniel destaca que a entidade é favorável ao uso racional do som automotivo em via pública. O temor dele é apreensão dos equipamentos. Para o executivo, quem desrespeitar o sossego de terceiro deve ser multado e não ter o aparelho levado pelas autoridades.
Ele tem o receio de que pessoas que compram som automotivo potente para participar de campeonatos, em eventos autorizados pela lei, sejam prejudicadas. Daniel sustenta que a maioria dos donos de som potente não promove pancadão.
O empresário é “favorável ao uso racional do volume”: “Entendemos que ninguém pode desrespeitar o direito alheio”. Por outro lado, é contrário à apreensão do equipamento: “Se estiver errado, que seja multado”. Na prática, continua ele, a entidade teme que alguns policiais parem motoristas e apreendam o som mesmo que o aparelho esteja desligado.
“Não podemos fazer da exceção a regra. Quantos carros têm som (potente) e quantos fazem barulho?”. Daniel ainda ressalta que a cadeia produtiva, que gera pelo menos 8 mil empregos diretos e cerca de 20 mil indiretos, precisa ser ouvida pela classe política.
RB
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