As águas da Pampulha poderão ter um atrativo a mais para turistas que chegam a Belo Horizonte a fim de conhecer o conjunto moderno projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012). A intenção do prefeito Marcio Lacerda é fazer em breve uma consulta popular, com posterior licitação, para implantação de uma linha de barcos que circulem entre a Igreja de São Francisco de Assis, o Iate Tênis Clube, o Museu de Arte da Pampulha (MAP) e a Casa do Baile, atual Centro de Referência de Urbanismo, Arquitetura e Design. “Até o fim do ano, com o processo de despoluição, as águas da lagoa deverão estar na classe C, permitindo também a prática de esportes náuticos”, disse o prefeito. “Quem sabe em 2017 até eu vou dar uma velejadinha por lá”, brincou.
Leia Mais
Morte de capivara traz de volta discussão sobre animais na PampulhaCientistas investigam motivo da morte do maior jacaré da PampulhaPrefeitura terá que investir em manutenção após despoluição da Lagoa da Pampulha Despoluição da Lagoa da Pampulha dá resultados antes do esperadoLacerda anuncia avanço da limpeza e planeja velejar na Lagoa da Pampulha em 2017Arquiteto e urbanista estreia blog no Portal Uai e participa de videochat sobre a Pampulha Unesco da sinais de aprovação à Pampulha como patrimônio da humanidadePrefeitura vai disponibilizar bicicletas gratuitas no Parque Ecológico da PampulhaOutra proposta para a região é a criação de um barco-táxi, aproveitando antigos píeres existentes na orla para embarque e desembarque de passageiros, com a meta de favorecer o deslocamento de moradores de um lado para outro da represa e reduzir os impactos no trânsito da região.
CANDIDATURA O conjunto arquitetônico da Pampulha é tombado nas esferas federal (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional/Iphan), estadual (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico de Minas Gerais/Iepha) e municipal (Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural). Em nota, a presidente do Iphan, Kátia Bogéa, informou que, caso confirmada a escolha, o Brasil terá muito a comemorar: “O conjunto da Pampulha está na origem da produção arquitetônica e urbanística brasileira dentro do Movimento Moderno, e deve ser um bem compartilhado por toda a humanidade. Ao integrar a Pampulha à Lista do Patrimônio Mundial, a Unesco estará reconhecendo o conjunto como uma obra-prima do gênio criativo humano”, afirmou.
Segundo especialistas, o conjunto arquitetônico da Pampulha foi concebido com o objetivo de criar uma obra de arte total, integrando as peças artísticas aos edifícios e esses à paisagem, e conta com as quatro primeiras obras assinadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, projetadas na década de 1940. O conjunto tem também jardins planejados pelo paisagista Roberto Burle Marx, painéis com azulejos do pintor Candido Portinari e esculturas de artistas renomados como Alfredo Ceschiatti e José Alves Pedrosa.
A campanha em prol do reconhecimento da Pampulha como patrimônio cultural da humanidade começou há 20 anos, mas ganhou força em 2012. Nessa escalada, o primeiro passo foi a aceitação pela Unesco da inclusão do bem na Lista Indicativa do Patrimônio Mundial, que funciona como instrumento nacional de planejamento de preparação de candidaturas. Além da inclusão, o Iphan coordenou o comitê gestor da candidatura, responsável por elaborar o dossiê com todos os documentos, fotos e argumentos referentes à autenticidade, integridade e ao valor excepcional universal do bem, assim como informações referentes à proteção e gestão do complexo. Após a conclusão do dossiê, em 2014, o documento foi entregue ao Iphan, que, por meio da Delegação Permanente do Brasil na Unesco, o apresentou ao Comitê do Patrimônio Mundial.
O dossiê passou por um processo de avaliação em que foram observadas questões formais da candidatura.