Faltavam apenas 20 quilômetros para que 21 lavradores de Ipuiuna, no Sul de Minas, chegassem à plantação de batatas onde trabalham, no Bairro do Caju, em Pouso Alegre, na mesma região, quando um caminhão carregado com garrafas perdeu o controle e invadiu a pista contrária da BR-459 (Poços de Caldas/Lorena), batendo de frente no ônibus em que estavam. Socorristas dos bombeiros e do Samu tiraram das ferragens e do interior dos dois veículos 19 pessoas com ferimentos, nove delas em estado grave. O acidente ocorreu às 5h30 de ontem e, duas horas depois, na BR-381, em Ravena (Sabará), na Grande BH, mais uma batida frontal entre dois caminhões deixava duas pessoas feridas. Nos dois casos, as vítimas engrossam as estatísticas que mostram ser a colisão frontal o tipo mais grave de acidente em Minas Gerais, respondendo por 447 (19%) dos 2.357 óbitos resultantes de desastres rodoviários e 10% dos feridos graves. Os dados são do “Diagnóstico dos Acidentes de Trânsito de Minas Gerais”, publicado no ano passado pela Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) com base em ocorrências de 2014 em estradas federais e estaduais mineiras.
As estradas não duplicadas são palco da maior incidência de colisões frontais, afirma o policial, já que nelas não há obstáculo físico separando os veículos que trafegam em direções opostas. Um fator que agrava o quadro, uma vez que, em Minas Gerais, apenas cerca de 3% das rodovias são duplicadas, de acordo com levantamento do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG). Algumas das principais estradas que passam por BH, como a BR-381 (saída de Minas para o Espírito Santo) e a BR-040 (Brasília/MG/RJ) ainda passam por obras de duplicação, sendo a Rodovia Fernão Dias (trecho da BR-381 entre Minas e São Paulo) a única com pista dupla, canteiros, áreas de escape e acostamentos em toda a sua extensão. “Quando temos uma rodovia duplicada, fica muito mais difícil um carro colidir de frente com outro em sentido contrário. Isso porque há mais espaços para as ultrapassagens e, quando um motorista perde o controle, tem de passar por cima de canteiros, muretas e obstáculos físicos para atingir um veículo na pista oposta”, afirma o inspetor Júnior.
A tendência verificada em Minas Gerais se repete em todo o território nacional. De acordo com o levantamento “Acidentes de Trânsito nas Rodovias Federais Brasileiras”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), “considerando a mortalidade por tipo de acidente, verifica-se que a colisão frontal foi responsável por 33,7% das mortes (em 2014), seguida pelos atropelamentos de pessoas, responsável por 14,6% das mortes”. “Esses tipos de acidente (frontais) responderam por 6,5% do total e, embora menos frequentes, foram os mais letais. Nos acidentes do tipo colisão frontal morreram 40,4 pessoas a cada 100 acidentes; e nos do tipo atropelamento de pessoas, 29,1”, constata o texto.
OBRAS PODEM REDUZIR MORTES De acordo com a análise do Ipea, ao se concentrar na colisão frontal como desastre que gera mais óbitos, pode-se traçar um perfil dessas ocorrências, com 89,71% das batidas de frente ocorrendo em pistas simples, ocasionando 93,91% dos mortos nessa modalidade de acidente. Desastres envolvendo caminhões que causam mais mortes tambémsão as colisões frontais, representando 43,7% do total de mortos, segundo o Ipea. “O período de plena noite concentrou 63,12% das mortes por esse tipo de acidente”, indica o estudo. “Foi visto que a colisão frontal é o principal tipo de acidente que produz óbitos. A duplicação da via nesses trechos de maior incidência de acidentes desse tipo é um exemplo de intervenção com alta eficácia, assim como trechos com sinalização inadequada”, conclui o levantamento do Ipea.
Enquanto as obras necessárias não chegam, para evitar esse tipo de acidentes o porta-voz da PRF recomenda mais atenção aos motoristas, paciência na hora da ultrapassagem e que não dirijam com sono ou cansados. “Se reduzirmos a imprudência, isso terá impacto na redução das colisões frontais, diminuindo a quantidade de mortos e feridos vítimas de acidentes”, afirma o inspetor Júnior.
As estradas não duplicadas são palco da maior incidência de colisões frontais, afirma o policial, já que nelas não há obstáculo físico separando os veículos que trafegam em direções opostas. Um fator que agrava o quadro, uma vez que, em Minas Gerais, apenas cerca de 3% das rodovias são duplicadas, de acordo com levantamento do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-MG). Algumas das principais estradas que passam por BH, como a BR-381 (saída de Minas para o Espírito Santo) e a BR-040 (Brasília/MG/RJ) ainda passam por obras de duplicação, sendo a Rodovia Fernão Dias (trecho da BR-381 entre Minas e São Paulo) a única com pista dupla, canteiros, áreas de escape e acostamentos em toda a sua extensão. “Quando temos uma rodovia duplicada, fica muito mais difícil um carro colidir de frente com outro em sentido contrário. Isso porque há mais espaços para as ultrapassagens e, quando um motorista perde o controle, tem de passar por cima de canteiros, muretas e obstáculos físicos para atingir um veículo na pista oposta”, afirma o inspetor Júnior.
A tendência verificada em Minas Gerais se repete em todo o território nacional. De acordo com o levantamento “Acidentes de Trânsito nas Rodovias Federais Brasileiras”, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), “considerando a mortalidade por tipo de acidente, verifica-se que a colisão frontal foi responsável por 33,7% das mortes (em 2014), seguida pelos atropelamentos de pessoas, responsável por 14,6% das mortes”. “Esses tipos de acidente (frontais) responderam por 6,5% do total e, embora menos frequentes, foram os mais letais. Nos acidentes do tipo colisão frontal morreram 40,4 pessoas a cada 100 acidentes; e nos do tipo atropelamento de pessoas, 29,1”, constata o texto.
Enquanto as obras necessárias não chegam, para evitar esse tipo de acidentes o porta-voz da PRF recomenda mais atenção aos motoristas, paciência na hora da ultrapassagem e que não dirijam com sono ou cansados. “Se reduzirmos a imprudência, isso terá impacto na redução das colisões frontais, diminuindo a quantidade de mortos e feridos vítimas de acidentes”, afirma o inspetor Júnior.