"Nosso objetivo é deixar de ser estatística e dar materialidade a esses corpos", explicou o ator e performer Kako Arancibia, do Coletive Friccional, poucos minutos antes de entrar em um saco de lixo preto e se fazer passar por um cadáver, estendido em plena Praça Sete, na região Central de Belo Horizonte.
A exemplo do que aconteceu na Avenida Paulista, em São Paulo, no último fim de semana, a performance 'Contar os corpos e sorrir?' denunciou a violência homoafetiva, lésbica e contra pessoas trans no Brasil, país que já matou 132 pessoas, só este ano, segundo o termômetro “Adivinhe quantas pessoas a transfobia matou hoje”, divulgado no Facebook.
Um a um, 17 'corpos' de atores e atrizes eram dispostos uns ao lado dos outros, carregados por algozes com máscaras pretas tampando o rosto. Em meio à cena, o morador de rua José Roberto Lorenzo juntou-se ao grupo, deitando-se no chão. Já a comerciante Elizângela Cristina de Lima refletia sobre a apresentação, encostada no umbral da porta da loja de celulares: “Maravilhoso. Eles estão certos em protestar porque às vezes batem e matam só porque a pessoa é homossexual. É inaceitável um mundo tão moderno não aceitar gay”..