O sonho de conquistar o título de Patrimônio Cultural da Humanidade para a Pampulha começou há 20 anos, mas naqueles tempos, esbarrou no pesadelo da poluição da lagoa e da degradação do conjunto moderno, do qual fazem parte a Igreja de São Francisco de Assis, o Museu de Arte da Pampulha (MAP), o Iate Tênis Clube e a Casa do Baile, atual Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de Belo Horizonte e o Iate Tênis Clube, todos construídos entre 1942 e 1943 com projeto do arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012).
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Carreira
Nas páginas do seu livro As curvas do tempo: memórias, de 1998, Niemeyer escreveu que a Pampulha significou um despertar na sua carreira, servindo de referência até para o projeto de Brasília, inaugurada em 1960 e fruto da sua parceria com o urbanista Lúcio Costa (1902–1998). Enquanto o mundo ainda valorizava o ângulo reto, a Pampulha explodia em curvas. Com efeito, vai ficar na história uma das frases de Niemeyer que resumem esse pensamento: “Não é o ângulo reto que me atrai, nem a linha reta, dura, inflexível, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual”.
Com a conquista de hoje, o conjunto arquitetônico da Pampulha se torna o segundo no estilo moderno, no país, a ser reconhecido pela Unesco: o primeiro foi o Plano Piloto de Brasília (DF), que saiu da prancheta do arquiteto Lúcio Costa (1902-1998) e com projetos de Niemeyer.