Jornal Estado de Minas

Unesco descreve Pampulha como local que reflete a influência das tradições locais


“O conjunto compreende formas arrojadas que exploram o potencial plástico de concreto, enquanto fusão de arquitetura, design de paisagem, escultura e pintura em um todo harmonioso”. Essas foram algumas palavras usadas pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) para descrever a Pampulha, que ganhou neste domingo o título de Patrimônio Cultural da Humanidade.

Ao fazer referência ao reconhecimento da Pampulha, a Unesco fez uma descrição da região. “A Pampulha Modern Ensemble era o centro de um projeto de cidade-jardim visionário criada em 1940 em Belo Horizonte , capital de Minas Gerais . Concebido em torno de um lago artificial , este centro cultural e de lazer inclui um casino, um salão de baile , o Golf Yacht Club e a igreja São Francisco de Assis . Os edifícios foram concebidos pelo arquitecto Oscar Niemeyer, em colaboração com artistas inovadores”, disse.

A Organização destacou as diferentes tradições no entorno da Lagoa da Pampulha que mostra um pouco dos mineiros e do país. “Ele reflete a influência das tradições locais , o clima brasileiro e ambiente natural nos princípios da arquitetura moderna”, completou.

A reunião da 40ª Sessão do Comitê do Patrimônio Mundial, para discutir a candidatura da Pampulha, seria realizada nesse sábado, mas, devido à tentativa de golpe de estado na Turquia, teve que ser suspensa, com todos os representantes dos países visitantes, inclusive do Brasil, orientados a não sair dos hotéis em que estavam. De BH, estão em Istambul a diretora do Conjunto Moderno da Pampulha da Fundação Municipal de Cultura (FMC), arquiteta e urbanista Luciana Feres, e a superintendente em Minas do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Célia Corsino.

A partir de agora, a Pampulha integra um seleto grupo reconhecido pela Unesco, do qual fazem parte as Muralhas da China, as Pirâmides do Egito, o Palácio Taj Mahal, na Índia e os profetas esculpidos por Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814), entre mais de mil bens mundo afora.
Em Minas, será o quarto conquistado, embora o primeiro modernista: já estão na lista os centros históricos de Ouro Preto, na Região Central, e Diamantina, no Vale do Jequitinhonha, e o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas, também na Região Central. .