Esforços de recuperação da Bacia do Rio Doce ganham reforço de 29 projetos de pesquisas de universitários

Um bom reforço nas ações de recuperação da Bacia do Rio Doce deve vir com a conclusão dos projetos de pesquisas financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig). Foram selecionadas 29 propostas de universitários em cursos de graduação, mestrado e doutorado, que atendem o tema “Tecnologias para Recuperação do Rio Doce”. Serão aplicados R$ 4 milhões no desenvolvimento dos projetos, todos voltados para minimizar os danos causados pelo vazamento de rejeitos de minério da Barragem de Fundão, da mineradora Samarco, em Mariana, Região Central, em novembro de 2015.

Foram apresentadas 145 propostas submetidas à análise das Câmaras de Assessoramento da Fapemig, que selecionou 29 delas para contratação. Das escolhidas, seis são na linha temática de recuperação do solo, sete da água, oito na recuperação da biodiversidade e outras oito na linha tecnologias sociais.

Há propostas de uso do resíduo de mineração como matéria-prima na produção de cimento, alternativas para retomada da qualidade de vida das populações economicamente dependentes da pesca na Bacia do Rio Doce e de tratamento avançado de água para abastecimento em situações de emergências, entre outras.

A Fapemig informa que a iniciativa é parte do conjunto de ações destinado a diminuir os impactos ambientais ocasionados pelo rompimento da barragem. O objetivo é contribuir com alternativas para minimizar o lastro de destruição deixado nas cidades mineiras e capixabas, banhadas pelo rio.

O programa de convocação das propostas de pesquisa é uma parceria entre a Fapemig e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (%uFEFF%uFEFFCapes), com objetivo de financiar projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação visando à recuperação das áreas atingidas.

Dentro do tema de recuperação do solo, o foco é o desenvolvimento de projetos e tecnologias para a recuperação das encostas e de planícies de inundações afetadas, redução da erosão, formação de terreno agricultável, uso industrial e artesanal da lama (tijolos, pavimentos, produtos cerâmicos), requalificar e mitigar os danos nas matas ciliares.

Quanto à recuperação da água, espera-se projetos e tecnologias para tratamento do recurso hídrico para uso humano e animal, e novas tecnologias para o adequado monitoramento de sua qualidade. Já o tema da biodiversidade, as propostas devem identificar fontes de espécimes e material genético capaz de prover o meio biológico para o repovoamento das áreas afetadas com espécies nativas (microorganismos, vegetais e animais) e recuperação da mata atlântica perdida pela ação antrópica.

O foco das tecnologias sociais é a identificação dos impactos econômicos e sociais nas populações afetadas, De forma a mitigar os efeitos deletérios e apresentar alternativas para a retomada da qualidade de vida das populações no novo contexto causado pelo desastre.