Da janela de casa, na Avenida Otacílio Negrão de Lima, Ramon Salgado avista o Iate Tênis Clube, projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012) e um dos prédios do conjunto moderno da Pampulha, reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), no domingo, como patrimônio cultural da humanidade. Ele e outros vizinhos do cartão-postal comemoram o título, sobretudo, animados com a expectativa de que a honraria traga novos ventos à orla mais famosa da capital mineira.
A Unesco ainda elevou a Pampulha a paisagem cultural moderna. Na prática, a paisagem do cartão-postal deve ser preservada e o espelho d’água, despoluído. Ramon, cuja vista do quintal também oferece ao proprietário parte do contorno do estádio do Mineirão, torce para que a lagoa volte a ser como antes. Houve uma época em que ele passeava de lancha.
“Foi na década de 1980”. Moradores mais novos podem até achar estranho o quanto a lagoa era procurada para esportes náuticos, mas o próprio Iate Tênis Clube surgiu com o nome de Iate Golfe Clube. A instituição tinha como função estimular e proporcionar esportes como o remo e a vela. O local foi negociado ao atual clube em 1961.
O interesse de moradores da região e visitantes pelo passado dos imóveis que fazem parte do conjunto arquitetônico ficou maior com a declaração da Unesco. Além do Iate, os outros três imóveis projetados e construídos no início da década de 1940 por Niemeyer são: a Igreja de São Francisco de Assis, a Casa do Baile (hoje Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de BH) e o Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha).
A pedagoga Elenice Guedes, que se mudou para o Bairro Santa Amélia há sete anos, também é vizinha da orla e sabe o quanto o título é importante para toda a cidade. Um dos passeios prediletos dela é percorrer o entorno da lagoa na companhia de Shumacher, o cão de estimação.
Durante os passeios, algumas paradas para o descanso, que ficam melhores com a vista da igrejinha São Francisco de Assis, também projetada por Niemeyer e com painéis de Cândido Portinari (1903-1962). Trata-se do primeiro templo erguido nos padrões da chamada arquitetura moderna no Brasil. Niemeyer, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), apropriou-se de elementos regionais da cultura religiosa. “O reconhecimento por parte da Unesco foi muito bom para a cidade. A orla, acredito, será melhorada. Voltará a ser um ponto turístico mais valorizado”, acredita a pedagoga.
A prefeitura destaca que o título de patrimônio cultural da humanidade trará boas colheitas ao cartão-postal, como na nota divulgada ontem: “O aporte de recursos e a valorização dos patrimônios culturais mundiais tendem a contribuir para fomentar o turismo na região, o que gera novos investimentos na economia local e empregos para a população”.
É o que deseja o aposentado Mauro Antunes. Ele mora no Bairro Floresta, distante da orla, mas se sente presenteado como se fosse um vizinho da Pampulha. Afinal, destaca, costuma ir à lagoa quase todas as semanas. “Venho para fazer caminhada e apreciar a paisagem. É um privilégio morar num município em que há um patrimônio cultural da humanidade”.
PROGRAMAÇÃO A prefeitura e instituições parceiras tiraram do papel uma extensa programação cultural para comemorar a declaração da Unesco. Há atrações gratuitas para todas as idades. O evento começa na sexta-feira, quando a Vesperata de Diamantina fará um show na Praça Dino Barbieri, em frente à Igreja de São Francisco de Assis.
A Unesco ainda elevou a Pampulha a paisagem cultural moderna. Na prática, a paisagem do cartão-postal deve ser preservada e o espelho d’água, despoluído. Ramon, cuja vista do quintal também oferece ao proprietário parte do contorno do estádio do Mineirão, torce para que a lagoa volte a ser como antes. Houve uma época em que ele passeava de lancha.
“Foi na década de 1980”. Moradores mais novos podem até achar estranho o quanto a lagoa era procurada para esportes náuticos, mas o próprio Iate Tênis Clube surgiu com o nome de Iate Golfe Clube. A instituição tinha como função estimular e proporcionar esportes como o remo e a vela. O local foi negociado ao atual clube em 1961.
O interesse de moradores da região e visitantes pelo passado dos imóveis que fazem parte do conjunto arquitetônico ficou maior com a declaração da Unesco. Além do Iate, os outros três imóveis projetados e construídos no início da década de 1940 por Niemeyer são: a Igreja de São Francisco de Assis, a Casa do Baile (hoje Centro de Referência em Urbanismo, Arquitetura e Design de BH) e o Cassino (atual Museu de Arte da Pampulha).
A pedagoga Elenice Guedes, que se mudou para o Bairro Santa Amélia há sete anos, também é vizinha da orla e sabe o quanto o título é importante para toda a cidade. Um dos passeios prediletos dela é percorrer o entorno da lagoa na companhia de Shumacher, o cão de estimação.
Durante os passeios, algumas paradas para o descanso, que ficam melhores com a vista da igrejinha São Francisco de Assis, também projetada por Niemeyer e com painéis de Cândido Portinari (1903-1962). Trata-se do primeiro templo erguido nos padrões da chamada arquitetura moderna no Brasil. Niemeyer, segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), apropriou-se de elementos regionais da cultura religiosa. “O reconhecimento por parte da Unesco foi muito bom para a cidade. A orla, acredito, será melhorada. Voltará a ser um ponto turístico mais valorizado”, acredita a pedagoga.
A prefeitura destaca que o título de patrimônio cultural da humanidade trará boas colheitas ao cartão-postal, como na nota divulgada ontem: “O aporte de recursos e a valorização dos patrimônios culturais mundiais tendem a contribuir para fomentar o turismo na região, o que gera novos investimentos na economia local e empregos para a população”.
É o que deseja o aposentado Mauro Antunes. Ele mora no Bairro Floresta, distante da orla, mas se sente presenteado como se fosse um vizinho da Pampulha. Afinal, destaca, costuma ir à lagoa quase todas as semanas. “Venho para fazer caminhada e apreciar a paisagem. É um privilégio morar num município em que há um patrimônio cultural da humanidade”.
PROGRAMAÇÃO A prefeitura e instituições parceiras tiraram do papel uma extensa programação cultural para comemorar a declaração da Unesco. Há atrações gratuitas para todas as idades. O evento começa na sexta-feira, quando a Vesperata de Diamantina fará um show na Praça Dino Barbieri, em frente à Igreja de São Francisco de Assis.