O conjunto moderno da Pampulha, agora com o título de Patrimônio Cultural da Humanidade concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), tem uma joia ainda pouco conhecida da maioria dos belo-horizontinos e turistas. O motivo é um só: não sou sócio, posso visitar? A dúvida foi desfeita, ontem, pelo presidente da entidade, José Carlos Paranhos de Araújo: “Pode sim. O clube está permanentemente aberto a todo mundo, basta que a pessoa se identifique na portaria, apresente um documento, é só o que pedimos. E não cobramos nada pelo ingresso”. Para conhecer, é preciso seguir o horário de funcionamento da entidade, de terça-feira a domingo, das 9h às 17h.
“No domingo passado, tivemos aqui uma delegação de 30 pessoas da Venezuela. Conheceram tudo, com tranquilidade”, disse o presidente. Quem caminhar pelo jardins, logo perto da entrada, vai ver um busto de Juscelino Kubitschek (1902-1976), que era prefeito de Belo Horizonte quando o Iate foi construído. Na peça de bronze, há uma frase de JK: “A Pampulha veio como uma rima sonora, da beleza e harmonia ao poema da cidade”.
Outra novidade é que um acordo firmado entre a direção do clube e os organizadores da Casa Cor Minas Gerais 2016, que ocorrerá no período de 30 de agosto a 4 de outubro, numa residência da Avenida das Latânias, no Bairro São Luís, permitirá o ingresso nas dependências do clube.
INOVAÇÕES Ao chegar ao Iate, inaugurado em 1943 com um baile de gala, o visitante deverá prestar atenção a alguns detalhes que fizeram a diferença, em termos de inovação, na arquitetura desenvolvida no Brasil e no mundo naqueles tempos. Niemeyer fez ali a cobertura em forma de “asa de borboleta em pleno voo”, destaca o coordenador técnico do dossiê apresentado à Unesco, arquiteto e professor Flávio Carsalade. Em seu livro Pampulha, da série BH. A cidade de cada um, Carsalade escreveu que “o Iate fora construído para aproveitar as novidades náuticas que aqui se abriam; afinal, remar no Parque Municipal não era exatamente o máximo em esportes náuticos. A ideia para o Yatch Golf Club era aproveitar a lagoa para esses tipo de esporte (seu primeiro andar fora projetado para isso e o segundo andar para festas”. Fotos do Estado de Minas de meados do século passado mostram esquis, barcos a vela e a remo, e atletas de fim de semana fazendo do espelho d’água o melhor lugar para seu lazer.
Conforme especialistas, a edificação inaugurada em 1943 se harmoniza plasticamente debruçando-se sobre a represa. Para imprimir ritmo às fachadas, foram usados brises metálicos em caráter funcional, garantindo proteção quanto à incidência solar no interior do salão, que chega pelas paredes envidraçadas. Privatizado em 1960, o clube manteve o uso como espaço de lazer e práticas esportivas, embora sofrendo muitas alterações ao longo dos anos – tantas que ficou parcialmente descaracterizado devido à construção de um anexo de 4 mil metros quadrados visto plenamente da Igreja de São Francisco de Assis. No local, que começou a ser erguido em 1977 e foi inaugurado em 1984, há estacionamento, academia de ginástica com cerca de 700 alunos e salão de festas, de onde vem grande parte da receita do clube.
ACORDO Mesmo com o título, ainda é preciso resolver a questão do anexo que, se não for demolido no prazo de três anos, poderá tirar o título da Pampulha. “É importante a Pampulha ter a chancela da Unesco, mas há compromissos, são necessárias ações efetivas”, disse ao EM o coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (CPPC), Marcos Paulo de Souza Miranda, que, ao lado da promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Histórico e Cultural de BH, Lilian Marotta Moreira, cuida do processo envolvendo a desapropriação do Iate Tênis Clube, pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Atualmente, Souza Miranda e Lilian Marotta estão na fase de redação do acordo a ser proposto para que o Iate recupere a sua arquitetura original. A construção, que chocou o próprio Niemeyer e impede a visão completa do clube para quem está na igrejinha, representou um ponto crucial na escalada pela conquista do título. José Carlos explicou que a direção do clube está aberta ao entendimento e aguarda o parecer do Ministério Público de Minas Gerais.
“No domingo passado, tivemos aqui uma delegação de 30 pessoas da Venezuela. Conheceram tudo, com tranquilidade”, disse o presidente. Quem caminhar pelo jardins, logo perto da entrada, vai ver um busto de Juscelino Kubitschek (1902-1976), que era prefeito de Belo Horizonte quando o Iate foi construído. Na peça de bronze, há uma frase de JK: “A Pampulha veio como uma rima sonora, da beleza e harmonia ao poema da cidade”.
Outra novidade é que um acordo firmado entre a direção do clube e os organizadores da Casa Cor Minas Gerais 2016, que ocorrerá no período de 30 de agosto a 4 de outubro, numa residência da Avenida das Latânias, no Bairro São Luís, permitirá o ingresso nas dependências do clube.
INOVAÇÕES Ao chegar ao Iate, inaugurado em 1943 com um baile de gala, o visitante deverá prestar atenção a alguns detalhes que fizeram a diferença, em termos de inovação, na arquitetura desenvolvida no Brasil e no mundo naqueles tempos. Niemeyer fez ali a cobertura em forma de “asa de borboleta em pleno voo”, destaca o coordenador técnico do dossiê apresentado à Unesco, arquiteto e professor Flávio Carsalade. Em seu livro Pampulha, da série BH. A cidade de cada um, Carsalade escreveu que “o Iate fora construído para aproveitar as novidades náuticas que aqui se abriam; afinal, remar no Parque Municipal não era exatamente o máximo em esportes náuticos. A ideia para o Yatch Golf Club era aproveitar a lagoa para esses tipo de esporte (seu primeiro andar fora projetado para isso e o segundo andar para festas”. Fotos do Estado de Minas de meados do século passado mostram esquis, barcos a vela e a remo, e atletas de fim de semana fazendo do espelho d’água o melhor lugar para seu lazer.
Conforme especialistas, a edificação inaugurada em 1943 se harmoniza plasticamente debruçando-se sobre a represa. Para imprimir ritmo às fachadas, foram usados brises metálicos em caráter funcional, garantindo proteção quanto à incidência solar no interior do salão, que chega pelas paredes envidraçadas. Privatizado em 1960, o clube manteve o uso como espaço de lazer e práticas esportivas, embora sofrendo muitas alterações ao longo dos anos – tantas que ficou parcialmente descaracterizado devido à construção de um anexo de 4 mil metros quadrados visto plenamente da Igreja de São Francisco de Assis. No local, que começou a ser erguido em 1977 e foi inaugurado em 1984, há estacionamento, academia de ginástica com cerca de 700 alunos e salão de festas, de onde vem grande parte da receita do clube.
ACORDO Mesmo com o título, ainda é preciso resolver a questão do anexo que, se não for demolido no prazo de três anos, poderá tirar o título da Pampulha. “É importante a Pampulha ter a chancela da Unesco, mas há compromissos, são necessárias ações efetivas”, disse ao EM o coordenador das Promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais (CPPC), Marcos Paulo de Souza Miranda, que, ao lado da promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e do Patrimônio Histórico e Cultural de BH, Lilian Marotta Moreira, cuida do processo envolvendo a desapropriação do Iate Tênis Clube, pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).
Atualmente, Souza Miranda e Lilian Marotta estão na fase de redação do acordo a ser proposto para que o Iate recupere a sua arquitetura original. A construção, que chocou o próprio Niemeyer e impede a visão completa do clube para quem está na igrejinha, representou um ponto crucial na escalada pela conquista do título. José Carlos explicou que a direção do clube está aberta ao entendimento e aguarda o parecer do Ministério Público de Minas Gerais.