Jornal Estado de Minas

Bacia do Sistema Paraopeba termina julho sem receber chuva

A Região Metropolitana de Belo Horizonte vive um período de estiagem. A última chuva registrada na capital mineira foi no início de junho. Em julho, a cidade não registrou nem um pingo sequer, assim como a Bacia do Sistema Paraopeba, responsável pelo abastecimento dos municípios da Grande BH. Mesmo com a seca, o conjunto de represas não teve uma queda significativa de seu nível. A previsão para os próximos dias ainda não é boa. Precipitações só devem ocorrer no fim de agosto e início de setembro.

No acumulado dos sete meses deste ano, o Rio das Velhas teve 790,5 milímetros (mm) de chuva em sua bacia. Em julho, sua média histórica é de 9,2 mm. Rio Manso está com acumulado de 943 mm.
No mês, sua média é de 10,1 mm. Choveu no Serra Azul desde o início do ano 783,2 mm e em julho o acumulado histórico é de 7,7mm. Já na Vargem das Flores, o total de precipitação foi de 593,7 mm, sendo que em julho a média histórica é 7,5mm.

Em agosto a situação ainda não deve melhorar. Dados divulgados pela Copasa mostram que a média de chuva para o mês é baixa em todos os sistemas produtores. Costuma chover 9,2 mm no Rio das Velhas, 10 mm no Rio Manso, 8,5 mm no Serra Azul, e 9,9 mm, na Vargem das Flores. Para se ter uma ideia, no ano passado, somente Rio Manso e Vargem das Flores tiveram precipitações em suas bacias, mesmo assim de pequena intensidade. Os registros foram de 0,1 mm e 0,7 mm, respectivamente.

A situação ocorre também na capital mineira.
Segundo o meteorologista Luiz Ladeia, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a média histórica para julho em Belo Horizonte é de 15,7 mm, porém, nenhuma chuva foi registrada na cidade. Em agosto, o valor cai para 13,7 mm, e setembro volta a subir para 40,5 mm. “Ainda está cedo para podermos dizer se haverá chuva em agosto. O período chuvoso costuma começar em meados de setembro e ir até abril”, explicou.

Neste ano, a tendência é que o período comece um pouco mais cedo. “Pode antecipar um pouco, pois temos uma tendência de perda da atividade do El niño. Tudo intica que teremos um ano neutro, sem a atuação de qualquer fenômeno. Isso pode acarretar mais chuva”, afirma Ladeia. A última chuva registrada em BH foi em 4 de junho, quando o acumulado ficou em 14.
No dia seguinte, houve precipitação, com acumulado de 4,2 mm, porém, quando fica abaixo dos 5 mm, o valor não é contabilizado.

Queda do Sistema Paraopeba

Mesmo com a pouca chuva em julho, o nível do Sistema Paraopeba segue sem quedas significativas. Em 2 de julho, o conjunto de represas estava com 58,8% de sua capacidade total. Com o passar dos dias, caiu para 57,9%, valor medido nesta segunda-feira. O maior reservatório do sistema, o Rio Manso, apresentou queda de 0,3 ponto percentual. Em 2 de julho, estava com 77% de seu nível total e caiu para 76,7%. A represa Serra Azul, que apresenta o menor valor da capacidade do sistema, teve queda de 0,8 ponto percentual. No período, começou com 34,1%, e reduziu o seu nível para 33,3%.

Vargem das Flores foi o que apresentou a maior redução. Em 2 de julho, estava com 45,1%. Com o passar dos dias, teve uma média de redução diária de 0,2 ponto percentual. Nesta segunda-feira, está com 41,4% de sua capacidade total.


Em nota, a Copasa informou que, com o início do período seco, a tendência é de queda do nível do Sistema Paraopeba.

No entanto, afirmou que a situação atual do abastecimento de água na Região Metropolitana de Belo Horizonte é bem melhor do que a do ano passado, quando a companhia dependia exclusivamente da água acumulada nos lagos dos reservatórios do Sistema Paraopeba e da captação a fio d’água no Rio das Velhas para o abastecimento da população. “Desde dezembro de 2015, a RMBH dispõe de uma captação de até 5 mil litros de água por segundo no Rio Paraopeba. Essa estrutura, que foi viabilizada em apenas seis meses pela Copasa e pelo governo de Minas Gerais, permite, por pelo menos mais 20 anos, a segurança no abastecimento da população de Belo Horizonte e da região metropolitana, considerando os níveis de consumo históricos”, completou.

RB

 

 

.