O arcebispo metropolitano de Belo Horizonte, dom Walmor Oliveira de Azevedo, fez ontem um pedido às autoridades para que seja feita a duplicação da rodovia BR-381 “de Belo Horizonte até pelo menos o trevo de Caeté”, que dá acesso à Serra da Piedade, onde fica o santuário da padroeira de Minas, Nossa Senhora da Piedade. “Estamos lendo notícias sobre a paralisação das obras, então pedimos que isso seja feito com urgência. De preferência, que a via seja iluminada”, disse dom Walmor. No ano passado, cerca de 500 mil pessoas visitaram o santuário da Piedade. O líder do governo estadual na Assembleia Legislativa, Durval Ângelo (PT), explicou que as obras estão adiantadas, e que o problema atual decorre de dois lotes, para os quais não apareceram empresas interessadas, além da retirada de moradias na beira da rodovia.
Entusiasmado com a programação do ano que vem – 250 anos de peregrinação ao topo da serra e 300 anos de aparição da imagem de Nossa Senhora Aparecida nas águas do Rio Paraíba do Sul, em São Paulo –, o arcebispo lembrou que, em audiência particular, em 29 de janeiro de 2015, com papa Francisco, já havia conversado sobre o Santuário Nossa Senhora da Piedade. Dom Walmor participou de audiência na tarde de ontem, com Durval Ângelo e os secretários estaduais Ricardo Faria (Turismo) e Ângelo Oswaldo (Cultura) para tratar da consolidação do Caminho Religioso da Estrada Real (Crer), rota histórica que liga a Serra da Piedade a Aparecida (SP).
Entre os planos de dom Walmor para as celebrações de 2017 está a restauração da Igreja Nova das Romarias, onde são celebradas missas para maior número de fiéis na Serra da Piedade. O secretário de Cultura Ângelo Oswaldo destacou a importância do templo. “A Serra da Piedade é um potencial enorme e inexplorado e deve ser referência em todo o mundo. Precisamos colocar Minas no lugar de importância em que deve estar”, ressaltou.
MUSEU - O foco do arcebispo está voltado também para a construção do Museu Maria Regina Mundi (do latim “Maria Rainha do Mundo”), no alto da Serra da Piedade, com projeto do arquiteto Gustavo Penna e mais de mil imagens de Nossa Senhora com seus títulos nas diversas regiões do planeta.
ROTA DE FÉ
Inspirado no Caminho de Santiago de Compostela, entre França e Espanha, o Caminho Religioso da Estrada Real (Crer) começou a ser planejado pelo governo de Minas, municípios e instituições parceiras há três anos, para que peregrinos possam percorrê-lo a pé, de bicicleta ou a cavalo. Com o novo impulso, o trajeto será demarcado com sinalizações no sentido de orientar o viajante, já que muitos trechos são em estradas de terra. De acordo com informações da Arquidiocese de Belo Horizonte, trata-se de um caminho turístico de peregrinação e meditação, que abrange 86 municípios em Minas e São Paulo, sendo 33 mineiros. O Crer já foi percorrido por dois pioneiros, os aposentados Edésio Martinho de Oliveira, de 58 anos, morador de Belo Horizonte, e José Eustáquio de Souza Matos, de 62, residente no município vizinho de Vespasiano (foto). Entre maio e junho, durante 39 dias, 32 deles de caminhada, a dupla trilhou a rota em um total de 900 quilômetros.
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