Segundo dom Walmor, o título seria um reconhecimento à importância espiritual do templo cuja construção começou em 1974 e se encontra na área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). “Pela relevância e referência como centro de peregrinação e de formação na perspectiva da fé cristã-católica, a Igreja Nova das Romarias reúne todas as características inerentes a uma basílica, sobretudo pelo fato de estar situada no Santuário Nossa Senhora da Piedade, território sagrado que recebe mais de 500 mil peregrinos por ano. Dessa forma, a Basílica da Piedade se integrará ao conjunto que forma o tesouro da fé e da religiosidade do povo mineiro”, explica o arcebispo.
Dom Walmor informa que a Igreja Nova das Romarias tem características que justificam o título, como número de visitantes; celebração de mais de 15 missas semanalmente, com a presença, aos domingos, de mais de 3 mil pessoas; missas diárias com mais de 5 mil devotos na quaresma e no período de jubileu do santuário (de julho a outubro); confissões realizadas em mutirão, com até 30 sacerdotes; e casa dos peregrinos recebendo fiéis do país e exterior, entre outros aspectos. Se o título for concedido, a Grande BH ficará com três basílicas, sendo as demais as de Nossa Senhora de Lourdes e Cura D’Ars, na capital.
RESTAURO Entre os planos de dom Walmor para as celebrações do ano que vem, está a restauração da Igreja Nova das Romarias. O secretário de Estado da Cultura, Ângelo Oswaldo, destaca a importância do templo executado com projeto do arquiteto Alcides Rocha Miranda (1909-2001). “A Serra da Piedade tem a ermida do século 18, onde fica a imagem da padroeira atribuída a Antonio Francisco Lisboa, o Aleijadinho (1737-1814), e a arquitetura moderna da Igreja Nova”, afirma. O arquiteto, acrescenta, convidou para esse projeto os artistas Alfredo Ceschiatti, que esculpiu uma imagem de Nossa Senhora da Piedade, hoje ao ar livre na praça perto do santuário, e Athos Bulcão, nome de destaque em prédios de Brasília (DF), para a ornamentação com azulejos e relevos”. O secretário diz que, no entanto, o projeto de Bulcão não foi feito e nunca mais localizado.
A fim de facilitar o acesso ao alto da serra e reduzir impactos ambientais, a Arquidiocese vai pôr em operação, dentro de quatro meses, como publicou ontem o Estado de Minas, a “Locomotiva da Piedade”, com cinco vagões e capacidade para 100 pessoas. O objetivo é levar os visitantes da Praça Antônio da Silva Bracarena até perto do santuário, no total de três quilômetros. A iniciativa é da Arquidiocese de Belo Horizonte, que vai bancar os custos do projeto.
ENTRETENIMENTO Ressaltando que o alto da Serra da Piedade é um local de “silêncio, contemplação e reflexão”, dom Walmor quer criar um espaço de entretenimento para as famílias, numa área de 8 mil quadrados na Praça Antônio da Silva Bracarena, antigamente conhecida como Cavalhada. O local deverá ter parque temático para crianças e adultos, “que vai apresentar os valores e tesouros de Minas, o que há de mais importante em belezas e riquezas do estado, a exemplo da tradicional culinária mineira”. E mais: “diversão na dimensão do conhecimento e da formação, com painéis interativos sobre a biodiversidade e história da região e apresentações artísticas (música erudita, canto gregoriano, música popular brasileira). Segundo o arcebispo, o Espaço de Entretenimento está aberto a propostas e sugestões de parceiros empreendedores.
Saiba mais
Os grandes templos
De origem grega, a palavra basílica deriva de basileus, que significa reis. Na antiga Pérsia, os soberanos recebiam os súditos em salas enormes, que se chamavam basílicas ou salas do rei. A partir do século 5, cresce o número dos cristãos e para receber os fiéis em orações ou celebrações, começaram a construir grandes templos aos quais deram o nome de basílica. No mundo, as basílicas maiores são quatro: as de São Pedro, São Paulo, Santa Maria Maior e São João de Latrão. Todas as
demais são chamadas basílicas menores.