O anúncio da emenda foi feito pelo parlamentar durante audiência pública para discutir a proposta. O debate teve participação de representantes dos moradores dos bairros Mangabeiras e Serra, da Fundação de Parques Municipais (FPM), Secretaria Municipal de Governo e do Movimento Mangabeiras. De acordo com o vereador, o aditivo apresentado é para deixar explícito que em hipótese alguma será permitido o cercamento da Praça do Papa, ou que seja cobrada taxas dos usuários daquele espaço público, questões que provocaram reações negativas tão logo o projeto foi anunciado.
Representantes da FPM lembraram alguns impedimentos para a transformação da praça em parque. O local é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e algumas áreas da praça seriam “desafetadas”, ou seja, deixaram de ser de uso público. Os moradores, por sua vez, apoiaram a criação do parque, desde que não haja o cercamento. A FMP reforçou que também não cabe o cercamento, e que não é essa a intenção do governo.
O principal objetivo do PL, segundo o vereador, é que o poder público tenha um olhar mais cauteloso sobre a Praça do Papa, “atualmente palco de diversas ações de baderneiros”, segundo ele. Moradores presentes na reunião reclamaram da falta de segurança e reivindicaram mais policiamento. Disseram, também, que a praça é malcuidada. O vereador disse ter feito reuniões com moradores e Guarda Municipal e que os guardas intensificaram a vigilância na Praça do Papa. Ainda de acordo com o PL, com a transformação da praça em parque, a gestão passaria para a FMP, “que tem mais recursos para administrar o local”.
A audiência na Câmara foi marcada depois de inúmeras críticas nas redes sociais, feitas pela população, que é contrária à instalação de cercas. “A Praça do Papa poderá se transformar em parque como muitos espaços que existem no mundo todo, e isso não significa que ela será cercada. Continuará aberta, a exemplo da Praça JK, que muitos não sabem, mas é um Parque”, esclareceu Pablito. Sobre os impedimentos ao PL apontados pela FPM, o vereador Pablito informou que vai solicitar à Comissão de Meio Ambiente que providencie uma diligência e que a FMP emita um relatório técnico sobre essa possível transformação, ou não, da praça em parque.
BARULHO Moradores da região aproveitaram a audiência para reclamar dos eventos realizados no estacionamento do Parque das Mangabeiras, na mesma região. Segundo eles, a Fundação de Parques Municipais (PMP) licitou a gestão do estacionamento do Mangabeiras e a empresa vencedora, a Fazenda de Lazer Canto da Seriema, promove grandes festas no espaço, o que estaria causado impactos diversos. ”Os moradores são veementemente contra os grandes eventos no estacionamento do Parque das Mangabeiras, principalmente porque o som que é muito alto. Lembraram que o parque é uma área de proteção ambiental”, disse a assessora jurídica do vereador Pablito, a advogada Rafaela Fontoura Morais. De acordo com a advogada, o vereador vai promover outra reunião com a FMP, moradores do Mangabeiras, empresa responsável pelo gerenciamento do estacionamento e promotores de eventos. A data não foi definida.
Memória Homenagem a João Paulo II
Localizada no Bairro Mangabeiras, um dos pontos turísticos mais visitados de Belo Horizonte, a Praça Governador Israel Pinheiro ficou conhecida como Praça do Papa com a visita feita à cidade pelo papa João Paulo II, em 1980. Do local, é possível ver uma das belas paisagens da capital mineira, o que inspirou o pontífice em sua homenagem aos belo-horizontinos. “Vocês podem olhar as montanhas atrás e dizer belo horizonte. Vocês podem olhar a cidade à frente e dizer belo horizonte. Mas, sobretudo, quando se olhar para vocês, deve-se dizer: que belo horizonte!”, disse João Paulo II, que celebrou missa campal no local. Ao fundo da praça, fica a Serra do Curral, outro ponto turístico da capital. Mas, nem tudo é belo na Praça do Papa. A violência é um dos principais problemas enfrentados pelos moradores das imediações. Em fevereiro, eles deram as mãos em volta do cruzeiro pedindo ações mais efetivas contra a violência, que culminou com a morte de um casal durante a realização de um baile funk, 20 dias antes.