Em meio ao tráfego pesado do horário de pico, a opção de seguir para o estádio por ônibus do Move se mostrou mais eficiente que o deslocamento com carros. Circulando com apenas duas paradas pela pista exclusiva de tráfego da Avenida Presidente Antônio Carlos, o Move da linha 55, especialmente designado para deixar a Estação Rio de Janeiro até o Mineirão, gastou 25 minutos no trajeto, com elogios dos passageiros. “Superseguro e rápido. É até covardia comparar com quem teve de rodar de carro. E ainda é bom ir no ônibus, porque a gente vai em clima de festa, esquentando para os jogos”, disse o aposentado Jackson Romualdo Silva, de 61 anos, belo-horizontino, que levou o filho, a cunhada e os sobrinhos paraenses para a partida de futebol feminino das 19h, entre Estados Unidos e Nova Zelândia. “Fiquei com medo de assistir ao jogo das 22h (França x Colômbia) por causa da segurança, mas, com esse grande número de policiais, não me pareceu problema”, disse Silva.
A cunhada dele, a dona de casa Helgga Lira, de 39, ainda não teve tempo de conhecer a Pampulha e outras atrações turísticas, mas elogiou a organização dos Jogos Olímpicos em BH, sobretudo pela forte presença de policiais no caminho para o Centro, nas estações e no estádio. “A festa está linda, uma energia muito bonita e segurança que nos dá muita tranquilidade para torcer”, disse.
No entorno do Mineirão, a segurança de barreiras policiais restringia o tráfego e o acesso de pedestres logo a 800 metros do estádio. Quem estava a pé só passava apresentando ingresso. Nesse ponto ocorria a primeira revista, mais superficial. Adiante, para ingressar na esplanada do Mineirão, nova revista, desta vez mais minuciosa, com detectores de metal.
SEM ASSÉDIO Na Copa do Mundo, os arredores do estádio foram tomados por flanelinhas e ambulantes clandestinos. Desta vez, nem sinal deles. Para fugir dos preços altos praticados dentro do estádio, só recorrendo aos bares do entorno do Mineirão que não foram fechados, ou trazendo o próprio isopor com bebidas e comida. Foi o que fez um grupo de analistas de sistemas de BH que estacionaram o carro antes do jogo e ficaram tomando cerveja com aperitivos que haviam levado. “Está caro demais lá dentro. Então, saímos mais cedo do serviço e já estamos tomando umas. Incrível poder estacionar aqui sem flanelinhas encarando e sem nenhum ambulante vendendo churrasquinho. Na Copa do Mundo a gente veio e tinha tudo isso”, comparou Georges Lee Vieira, de 25.
A segurança era tanta que um grupo de norte-americanos e de neozelandeses com suas bandeiras passeava pela Pampulha, a caminho para o Mineirão, sem qualquer preocupação com assaltos ou terrorismo. E ainda se confraternizaram, apesar de suas seleções serem adversárias. “Está tudo muito tranquilo, a cidade se organizou. Levamos 15 minutos da Savassi para o estádio”, disse o norte-americano Drew Beaurline, de 26. Os neozelandeses também gostaram da organização e contaram que ficarão para mais um jogo em BH. “Tudo lindo. Vamos surpreender e vamos ganhar. Queremos fazer a final contra o Brasil”, disse Hayden Nayler, de 25.
Jogo a jogo
Diferenças do ambiente em Belo Horizonte nas duas festas mundiais do esporte
Copa do Mundo
» Público nos jogos: média de 57.558
» Turistas em BH: 500 mil pessoas
» Flanelinhas: operaram no entorno do Mineirão
» Ambulantes: vendiam até diante das barreiras policiais
» Ônibus especiais: partiam de quatro pontos diretamente para o Mineirão
» Desembarque: coletivos deixavam torcedores a 1 quilômetro do estádio
» Ingressos: eram exigidos a uma distância de 500 metros do estádio
» Mobilização de torcedores: a festa começava nos arredores, onde pessoas compravam camisas em varais de vendedores e faziam churrasco próximo aos carros
» Invasão de estrangeiros na cidade
Olimpíada
» Público no 1º jogo: 9.565 pagantes
» Turistas em Minas: 100 mil pessoas
» Flanelinhas: afastados pelo policiamento e pelo público pequeno
» Ambulantes: afugentados por fiscalização e baixa demanda
» Ônibus especiais: partem apenas da Rua Rio de Janeiro, no Centro de Belo Horizonte
» Desembarque: coletivos deixam torcedores na porta do estádio
» Ingressos: ninguém se aproxima sem eles a menos de 800 metros do estádio
» Mobilização de torcedores: poucas pessoas em carros levaram bebida e comida de casa
» Movimento tímido de turistas, sobretudo estrangeiros