O corpo do cantor e compositor Vander Lee, que morreu na manhã desta sexta-feira por causa de um aneurisma no coração, é velado no saguão do Teatro Francisco Nunes, no Parque Municipal, Centro de Belo Horizonte. O espaço ficou pequeno para tantos fãs do músico, que cantam suas músicas em volta do caixão. Foi preciso organizar uma fila para que as pessoas possam se despedir do cantor. Sobre o caixão foi colocada a bandeira do Atlético MG, time para qual ele torcia.
Os filhos do compositor, Laura Catarina, que também é cantora e compositora, Clara e Lucas receberam as condolências dos amigos e fãs do pai. Vários cantores e compositores como Flávio Henrique, presidente da Rádio Inconfidência, Marina Machado e Regina Souza, ex-mulher de Vander Lee, lamentaram a morte precoce do companheiro de palco. O corpo sai do teatro às 9h deste sábado para ser sepultado às 10h30 no Cemitério Bosque da Esperança. O teatro fica aberto ao público até a meia noite desta sexta feira, e das 7h as 9h de amanhã.
Leia Mais
Relembre a história de Vander Lee e os grandes momentos da carreira do músicoGal Costa e Elza Soares lamentam morte do cantor Vander LeePalácio das Artes apresenta show em homenagem a Vander LeeCorpo de Vander Lee é enterrado com homenagens em Belo HorizonteArtistas lamentam a morte precoce do músico Vander LeeLoas a Vander Lee, o último românticoPara a cantora Marina Machado, Vander Lee é o compositor desta geração. “Ele recomeça uma coisa muito forte de compositor mineiro. Depois do Clube da Esquina, sempre tivemos vários outros compositores. Sim, nunca deixamos de ter bons compositores depois do Clube da Esquina, mas eu tenho a impressão de que o Vander Lee reascendeu de novo uma chama da música mineira, como há muitos anos, depois do Milton Nascimento, Lô e Beto, ninguém fazia um sucesso nacional como ele”, disse Marina Machado.
A cantora conta que já andou muito pelo Brasil abrindo shows do Vander Lee e o comparou a um padre rezando missa. “Ele cantava a primeira palavra da música e o povo cantava o resto. Eu só vi isso com o Milton Nascimento. O Vander Lee tinha isso, de pegar um violãozinho e com o público fazer aquela coisa maravilhosa.
A simpatia de Vander Lee foi lembrada por todos. “Uma pessoa muito simples, que veio de uma classe social mais baixa, que veio alegrar todo mundo”, disse Marina. Para o escritor e produtor cultural Afonso Borges, Vander Lee ensina a diferença entre fama e respeito. “Ele nunca foi um cantor que esteve em todas as televisões, na mídia em geral, mas encantou o Brasil inteiro e o mundo. Onde ele ia, ele levava um monte de coisas. Essa para mim é a grande diferença entre talento e o resto, digamos assim”, disse Afonso. Para ele, Vander Lee tinha um talento raro para compor suas músicas e deixou um legado que raros artistas brasileiros conseguiriam deixar morrendo aos 50 anos. .