Pintores trabalham na fachada principal, operários montam os últimos andaimes na lateral e moradores olham para o alto, encantados com a arquitetura e importância da construção em estilo neogótico e características manuelinas. Começou a restauração do centenário prédio da Rua da Bahia, 1.149, na esquina da Avenida Augusto de Lima, no Centro de Belo Horizonte, que vai sediar o Museu da Moda, da Fundação Municipal de Cultura (FMC). Segundo o presidente da instituição vinculada à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), arquiteto Leônidas Oliveira, a expectativa é de que o serviço fique pronto em novembro, quando será inaugurado o novo equipamento cultural inédito na capital.
Com recursos assegurados pelo programa municipal Adote um bem cultural, o futuro museu, que substituirá o Centro de Referência da Moda (CR Moda), também da FMC/PBH e criado há quase quatro anos, manterá o acervo seguindo duas vertentes: “Teremos o foco na memória e também na contemporaneidade. Na verdade, não será um museu nos moldes tradicionais, mas com um enfoque bem atual”, afirma Leônidas, explicando que, no primeiro pavimento do imóvel, ficará a reserva técnica.
As paredes já pintadas no tom areia, encobertas pelos andaimes e tela, já mostram um contraste com a parte escurecida pela fuligem e o tempo. “Além da pintura, o prédio será iluminado externamente e terá alguns vidros quebrados substituídos. Ele está muito sujo, com pichações”, diz o presidente da FMC. Tombado pelo Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural de BH e Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), o edifício erguido entre 1911 e 1916 sediou a Câmara Municipal de BH, Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães e Centro Cultural de BH até chegar ao CR Moda.
OCUPAÇÕES Na tarde de ontem, quem passava na Avenida Augusto de Lima não deixava de observar os trabalhadores sobre os andaimes. “Esse prédio é muito lindo. Meu pai trabalhou aí, quando era Câmara Municipal”, disse a produtora cultural Fernanda Gomes, residente em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Olhando para a torre, ela contou que esteve no prédio há algum tempo e viu que essa parte estava interditada “Quando era criança, gostava de subir na torre. Lá dentro, quase tudo é de madeira, principalmente as escadas”, disse Fernanda.
Moradora do vizinho Bairro de Lourdes há muitos anos, a pedagoga Edith Rooke costuma passar pela Rua da Bahia, mas teve nunca curiosidade de entrar no prédio. “Santo de casa não faz milagre”, brincou, para em seguir dizer que, quando o Museu da Moda estiver funcionando, fará questão de visitá-lo. O advogado Carlos Alberto, morador da Pampulha e trabalhando há 34 anos na região, fez questão de destacar o estilo manuelino da construção. “Ele teve diversas serventias. É realmente um prédio muito bonito no Centro da capital, deve ser restaurado”, afirmou.
Conforme o Iepha, a linguagem arquitetônica eclética do prédio, que foi ocupado inicialmente pelo Conselho Deliberativo, sede do Legislativo (a partir de 1947), biblioteca e primeira rádio da cidade, mescla elementos variados trazidos do neogótico, com características manuelinas. O registro de tombamento informa que “o projeto da edificação teve a autoria do arquiteto Francisco Izidoro Monteiro, sabendo-se também que trabalharam na ornamentação interna João Morandi e o entalhador Gabriel Galante. A implantação em esquina destaca a imponente torre sobre a escadaria (estruturada em metal) e um espaço que corresponde à antiga sala das sessões, a qual possui interessante teto de madeira recortada e pinturas com elementos navais”
Acervo terá 2 mil peças
Trajes masculinos e femininos, chapéus enfeitados com flores, penas ou rendas, luvas de cetim e joias pertencentes à comissão construtora da capital e às famílias pioneiras. O acervo de importância histórica vai compor o Museu da Moda, da Fundação Municipal de Cultura (FMC), a ser inaugurado em novembro, em Belo Horizonte, no prédio que já foi sede do Legislativo Municipal e do Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães, entre outras ocupações. Segundo a FMC, já estão armazenadas cerca de 2 mil peças que vão do século 19 à década de 1980 e guardam o charme da cidade fundada em 1897. “O Museu da Moda será o primeiro do país ao expor vestimentas e objetos de época originais. Moda não é apenas tecido, é muito mais, pois envolve comportamento, costumes e outros aspectos”, afirma o presidente da instituição, Leônidas Oliveira. Além do restauro, outra medida em andamento, e a cargo de uma comissão especial, é a elaboração do projeto museológico, que trata do planejamento e conceito.
Com recursos assegurados pelo programa municipal Adote um bem cultural, o futuro museu, que substituirá o Centro de Referência da Moda (CR Moda), também da FMC/PBH e criado há quase quatro anos, manterá o acervo seguindo duas vertentes: “Teremos o foco na memória e também na contemporaneidade. Na verdade, não será um museu nos moldes tradicionais, mas com um enfoque bem atual”, afirma Leônidas, explicando que, no primeiro pavimento do imóvel, ficará a reserva técnica.
As paredes já pintadas no tom areia, encobertas pelos andaimes e tela, já mostram um contraste com a parte escurecida pela fuligem e o tempo. “Além da pintura, o prédio será iluminado externamente e terá alguns vidros quebrados substituídos. Ele está muito sujo, com pichações”, diz o presidente da FMC. Tombado pelo Conselho Deliberativo Municipal do Patrimônio Cultural de BH e Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha-MG), o edifício erguido entre 1911 e 1916 sediou a Câmara Municipal de BH, Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães e Centro Cultural de BH até chegar ao CR Moda.
OCUPAÇÕES Na tarde de ontem, quem passava na Avenida Augusto de Lima não deixava de observar os trabalhadores sobre os andaimes. “Esse prédio é muito lindo. Meu pai trabalhou aí, quando era Câmara Municipal”, disse a produtora cultural Fernanda Gomes, residente em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Olhando para a torre, ela contou que esteve no prédio há algum tempo e viu que essa parte estava interditada “Quando era criança, gostava de subir na torre. Lá dentro, quase tudo é de madeira, principalmente as escadas”, disse Fernanda.
Moradora do vizinho Bairro de Lourdes há muitos anos, a pedagoga Edith Rooke costuma passar pela Rua da Bahia, mas teve nunca curiosidade de entrar no prédio. “Santo de casa não faz milagre”, brincou, para em seguir dizer que, quando o Museu da Moda estiver funcionando, fará questão de visitá-lo. O advogado Carlos Alberto, morador da Pampulha e trabalhando há 34 anos na região, fez questão de destacar o estilo manuelino da construção. “Ele teve diversas serventias. É realmente um prédio muito bonito no Centro da capital, deve ser restaurado”, afirmou.
Conforme o Iepha, a linguagem arquitetônica eclética do prédio, que foi ocupado inicialmente pelo Conselho Deliberativo, sede do Legislativo (a partir de 1947), biblioteca e primeira rádio da cidade, mescla elementos variados trazidos do neogótico, com características manuelinas. O registro de tombamento informa que “o projeto da edificação teve a autoria do arquiteto Francisco Izidoro Monteiro, sabendo-se também que trabalharam na ornamentação interna João Morandi e o entalhador Gabriel Galante. A implantação em esquina destaca a imponente torre sobre a escadaria (estruturada em metal) e um espaço que corresponde à antiga sala das sessões, a qual possui interessante teto de madeira recortada e pinturas com elementos navais”
Acervo terá 2 mil peças
Trajes masculinos e femininos, chapéus enfeitados com flores, penas ou rendas, luvas de cetim e joias pertencentes à comissão construtora da capital e às famílias pioneiras. O acervo de importância histórica vai compor o Museu da Moda, da Fundação Municipal de Cultura (FMC), a ser inaugurado em novembro, em Belo Horizonte, no prédio que já foi sede do Legislativo Municipal e do Museu de Mineralogia Professor Djalma Guimarães, entre outras ocupações. Segundo a FMC, já estão armazenadas cerca de 2 mil peças que vão do século 19 à década de 1980 e guardam o charme da cidade fundada em 1897. “O Museu da Moda será o primeiro do país ao expor vestimentas e objetos de época originais. Moda não é apenas tecido, é muito mais, pois envolve comportamento, costumes e outros aspectos”, afirma o presidente da instituição, Leônidas Oliveira. Além do restauro, outra medida em andamento, e a cargo de uma comissão especial, é a elaboração do projeto museológico, que trata do planejamento e conceito.