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Pampulha terá oficina para construção de maquetes do Conjunto ModernoAlunos fazem maquete para entender rompimento da barragem da Samarco Parque Municipal de BH ganha presépio feito com materiais recicláveisBH desenvolve programas de conscientização para a importância da reciclagemQuantidade de lixo no Centro de Belo Horizonte cresce 65% em 11 anosEstudante de BH entra para livro dos recordes do BrasilRafael pediu ajuda dos colegas técnicos em informática para ter acesso à sucata e se deparou com uma placa-mãe que, na visão do jovem, parecia uma cidade. “Fui atrás de amigos, algumas lojas e, infelizmente, achei até alguns objetos na rua. Mas gostei de reciclar. Desempregado, abri mão de procurar emprego para focar nesse trabalho”, conta. Quatro meses reaproveitando material lhe renderam uma quantidade e tanto de matéria-prima.
Pega, junta, desmonta, monta. “Sempre gostei de montar quebra-cabeça. Fiz a maioria das miniaturas de madrugada, que é quando consigo usar mais a imaginação”, diz. Três meses e meio se passaram no processo de montagem. O desejo era fazer uma maquete de 2 metros de uma cidade, mas não encontrou nenhum material grande o suficiente para dar suporte. O jeito foi aproveitar duas bases de papelão achadas numa gráfica, que de tão fortes pareciam madeira. Uma delas, de 1,70 metro de comprimento, foi usada para sustentar a cidade. Outra, de 1,40m, para montar um aeroporto.
Além delas, Rafael se aventurou ainda na confecção de outras sete cidades, cujas bases são a lateral de CPU.
Rafael está agora ansioso para mostrar ao mundo o que fez. O mineiro espera para o fim do mês que vem resultado do Guinness Book, que poderá eleger seu projeto como a maquete com a maior quantidade de peças de lixo eletrônico do mundo, uma categoria que será criada especialmente para contemplá-lo.
Apesar de possíveis reconhecimentos nacionais e internacionais, Rafael não tem intenção de comercializar o projeto. O que ele quer mesmo é apresentar o trabalho em exposições, oficinas e palestras, para incentivar a prática da reciclagem, além de mostrar que uma maquete no curso de arquitetura, que usa desse recurso como elemento didático, também pode usar lixo. O estudante espera ainda inspirar escolas e universidades a criar laboratórios para reaproveitar esse tipo de material. “Assim como o PET e o alumínio, esse é um material de fácil comercialização como sucata. Mas, se descartado no meio ambiente, demoraria séculos para se decompor, além de conter metais pesados prejudiciais à saúde, como o mercúrio, chumbo e cadmo. Por isso, a importância da reutilização”, ressalta.
Projeto será mostrado em evento
O trabalho do estudante Rafael dos Santos Silva será mostrado ao público, pela primeira vez, numa exposição no Centro Universitário UNA, durante a semana de arquitetura. O carro-chefe do projeto é o que ele chama de “cidade principal”, com dimensões de 1,70 metro por 1,20 metro, em escala de 1 por 200. São 60 prédios, uma indústria e uma subestação de energia.
O aeroporto, de 1,40m por 1,10m, tem base de papelão, plataformas de embarque e desembarque de disquetes e slots, e torre de comando feita com disquete e placa-mãe. Chama a atenção também outra maquete, feita só de placas, no tamanho 40cm por 40cm. A base é de laterais de CPU e os prédios, de placas de vídeo, de rede, de som e pentes de memória RAM. O trabalho tem até pirâmides (80cm por 35cm), feitas com placa-mãe, base de CPU e serragem. O “prédio teclado”, de 45 centímetros de comprimento por 40cm de altura, foi construído numa escala de 1 por 100. A base também é feita de lateral de CPU, enquanto a torre é o próprio teclado. As árvores são de cobre e há ainda pessoas e carro para mostrar a dinâmica de uma verdadeira área urbana.
O projeto de Rafael tem até vista aérea. A maquete de 42cm por 40cm tem base construída a partir de lateral de CPU, árvores de cobre, casas feitas de botões de teclado e grama de serragem. A menor maquete é a miniatura de uma cidade, de 3,5 centímetros. A base foi feita com processador, os prédios com parafusos e pedaços de slots.
Medidores de performances
O Guinness World Records (antigo Guinness Book of Records ) é uma edição publicada anualmente, que contém uma coleção de recordes e superlativos reconhecidos internacionalmente relacionada a performances humanas ou a extremos da natureza. A primeira edição foi lançada em 1955. O RankBrasil é uma empresa independente e atua há 15 anos em todo o território nacional, registrando exclusivamente recordes brasileiros, sem vínculo com sistemas internacionais, como o Guinness World Records. Já são cerca de 1,3 mil títulos homologados nas mais diversas categorias, todos expostos em sua publicação digital..