A BHTrans apresentou na manhã desta sexta-feira à imprensa um modelo de micro-ônibus elétrico que será usado em caráter de testes nos próximos três meses em Belo Horizonte. O veículo 100% movido a energia elétrica será usado em linhas do sistema suplementar, em que os próprios motoristas são os donos de seus ônibus.
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Testes com ônibus elétrico do serviço suplementar começam nesta sextaBelo Horizonte inicia teste de ônibus elétrico com aprovação de passageirosPrefeitura de BH fará novos testes com ônibus elétricoPropostas para o transporte suplementar de BH serão abertas nesta terça-feiraAtraso de pagamento suspende transporte de alunos com necessidades especiais em BHO modelo elétrico para micro-ônibus segue os mesmos padrões do convencional. Ele tem um motor acoplado em cada roda traseira e possui uma autonomia de 240 quilômetros, sendo que precisa de duas a três horas de recarga do conjunto de baterias. O barulho praticamente não existe, já que, além dos motores serem na parte de trás, o câmbio também é automático e o ônibus tem ar acondicionado.
Veja vídeo com o interior do coletivo:
O motorista Jaercio Fernandes, 35 anos, diz que a diminuição do barulho melhora o desempenho do condutor. “Você chega em casa muito mais descansado”, afirma.
O representante da empresa chinesa BYD, que fabrica os modelos elétricos, Silvestre de Sousa, diz que ainda está formatando os estudos econômicos sobre a inserção do veículo elétrico no sistema convencional para serem apresentados à BHTrans. Ele destaca que, apesar do custo desse modelo ser duas vezes maior em comparação aos ônibus movidos a diesel, o gasto com cada quilômetro rodado no diesel viabiliza a operação de até cinco quilômetros com o coletivo elétrico.
Porém, ele acredita que o poder público tem que se mexer para que o novo sistema se torne realidade “Achar que vamos conseguir implantar a nova tecnologia de uma forma natural partindo dos empresários pode demorar o processo. Para que aconteça uma aceleração, precisamos ter vontade política”, afirma.
Segundo o prefeito Marcio Lacerda, existe um obstáculo maior nas linhas convencionais por conta da realidade das empresas, barreira mais fácil de ser superada no suplementar, onde os motoristas são donos dos coletivos. “A grande dificuldades das empresas para aquisição desses ônibus é toda uma mudança de cultura de operação, principalmente de manutenção. Porque já tem seus mecânicos, já tem seu estoque de peças, tem o conhecimento, sabem de todos os detalhes das dificuldades do ônibus diesel. No caso do suplementar, se a empresa oferecer um sistema central de manutenção, para que os operadores não tenham que se preocupar com estoque de peças, eu penso que seria mais viável a introdução no suplementar do que nas grandes empresas”, afirma Lacerda.