VEJA O VÍDEO
Cerca de 150 famílias atingidas pelo rompimento da Barragem de Fundão fecharam a BR-356 na manhã deste sábado, no trevo de Acaiaca e Diogo Vasconcelos, na Zona da Mata, cobrando mais agilidade da Samarco, Vale e BHP Billiton na construção de novas moradias para as vítimas da tragédia ocorrida em novembro do ano passado. O trânsito ficou interditado parcialmente por várias horas na rodovia. Eles também questionaram a estabilidade das barragens da mineradora em operação. Moradores de Barra Longa estão preocupados com a possibilidade de novos rompimentos, risco que vai aumentar no período chuvoso, segundo eles, e querem uma rota de fuga.
“O ato tem caráter de denúncia e reivindica o respeito ao direito das famílias à participação e autonomia cobrando, sobretudo, que a Samarco, a Vale e a BHP Billiton acelerem a construção dos reassentamentos dos distritos atingidos”, informou Thiago Alves, do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), entidade que organizou o protesto. Segundo ele, as empresas responsáveis pela tragédia que matou 19 pessoas, destruiu comunidades inteiras e causou o maior desastre ambiental da história do país estão negando os direitos das famílias atingidas.
De acordo com Thiago, o MAB vai continuar mobilizado para garantir os direitos e participação efetiva de todas as vítimas na recuperação da Bacia do Rio Doce e do Rio Gualaxo, de Mariana até a foz do Rio Doce, em Regente (ES).
Leia Mais
MP acusa Samarco de descumprir acordo com famílias atingidas por tragédia de MarianaPesquisas apontam soluções ecológicas para rejeitos de minério da SamarcoSamarco vai dispensar 281 funcionários para alcançar 40% de demissõesA tragédia em Mariana ocorreu em 5 de novembro do ano passado.
A Samarco informou, por meio de nota, que “o processo para a construção da nova Bento Rodrigues segue conforme o cronograma previsto, que o terreno já foi escolhido pela comunidade e a empresa trabalha no projeto de ocupação do solo, que traz informações básicas sobre a localização de equipamentos públicos como praças, escolas, postos de saúde e templos religiosos, para a avaliação e definição junto à comunidade.”
Ainda de acordo com a mineradora, o prazo de conclusão da vila é até 2019, conforme previsto no acordo assinado pela Samarco com os governos federal, de Minas e do Espírito Santo. “Já a destinação da área de Bento Rodrigues é um assunto que vem sendo discutido pela comunidade, Prefeitura Municipal de Mariana, Ministério Público Estadual e Samarco e ainda não há nenhuma decisão sobre o tema”, disse a mineradora, que garantiu que suas barragens remanescentes estão estáveis e são monitoradas 24 horas por dia.
.