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Garoto Matheus faz o voo da esperançaMatheus embarca rumo aos Estados Unidos para fazer transplante de intestinoUnião quita transplante e Matheus vai para os EUA nesta sexta-feiraEscola vai à casa de Matheusinho Após transplante de intestino nos EUA, Matheusinho já brinca no quartoMatheusinho passa bem depois de ser submetido a transplante de intestinoMineiros que fizeram transplante de intestino nos EUA estão prestes a voltarMais seguros do procedimento, agora que mãe e filho convivem com outras crianças transplantadas no Jackson Memorial Medical, que seguem bem de saúde, Gecilene conversou com a reportagem do Estado de Minas, contando detalhes sobre a nova rotina dos dois.“Sosseguei meu coração.
Passada a fase de exames e de substituição de medicamentos na unidade hospitalar, pagando diária média de US$ 1,5 mil, coberta pela União, Gecilene decidiu mudar com o filho para uma casa próxima ao Jackson Memorial, em sistema de homecare, apesar de estar sozinha, sem a ajuda de enfermeiras para cuidar da alimentação parenteral, sonda e horários dos remédios. “O Matheus fica muito mais tranquilo fora do hospital. Não tem comparação”, afirma a mãe, que contou com a ajuda dos brasileiros de Miami, que fizeram uma surpresa e montaram todo o apartamento, inclusive com comida na geladeira. “Eu me senti abraçada”, agradece Gecilene, instalada na residência desde 29 de julho.
“Acredita que o Matheus está até comendo? Já engordou 1,7 quilo com macarrão, biscoitos de arroz. Aqui, eles trocaram os medicamentos para fazer o intestino funcionar melhor e separam a concentração de açúcar da gordura que vai para o sangue. No Brasil, não existe essa tecnologia e qualquer coisa que Matheus ingeria fazia mal”, compara a mãe, que se esforça para repassar as dicas às outras brasileiras, que padecem do mesmo problema com os filhos, à espera de um transplante pediátrico de intestino, que ainda não é feito no país.
APOIO Matheus luta desde o seu nascimento contra uma displasia neuronal intestinal, doença que o impede de se alimentar por vias naturais. Ele embarcou na manhã de 25 de junho para Miami, nos Estados Unidos, onde vai ser submetido a um transplante no hospital Jackson Memorial Medical. A viagem foi possível depois que a União quitou os custos do tratamento, cerca de R$ 4,1 milhões. A família contou também com doações, por meio da campanha #JuntospeloMatheus, com milhares de seguidores na internet e que chegou a arrecadar R$ 700 mil.
Cruzeirense, Matheus ganhou notoriedade nacional em outubro de 2015, quando entrou em campo com os jogadores do clube na partida contra o Fluminense, pelo Campeonato Brasileiro. Com o Mineirão lotado, ele teve o nome cantado pelos torcedores celestes. Desde então, a causa do garoto foi abraçada por jogadores, dirigentes, personalidades de diversas áreas e pessoas comuns, que fizeram doações para a campanha. Os recursos arrecadados, são utilizados exclusivamente para a melhoria da qualidade de vida do menino. A família precisa prestar contas de todos os saques à Justiça.
Memória
Processo tortuoso
O processo que garantiu os recursos para que o Matheus Teodoro de Oliveira seja operado nos Estados Unidos foi tortuoso. A ação foi aberta pela mãe da criança, Gecilene Oliveira, em 16 de dezembro e, dois dias depois, saiu uma decisão favorável à família. O governo federal, no entanto, recorreu, alegando que o transplante multivisceral poderia ser feito no Brasil, o que foi contestado por parecer do médico Sérgio Paiva Meira Filho, do Hospital Albert Einstein, de São Paulo, que afirmava não haver “equipe competente para a realização desse procedimento na população pediátrica do Brasil”. Em 29 de abril, a União chegou a acatar a decisão do juiz federal Daniel Carneiro Machado e se comprometeu a pagar o transplante, mas não fez o depósito, o que só ocorreu em junho.
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Processo tortuoso
O processo que garantiu os recursos para que o Matheus Teodoro de Oliveira seja operado nos Estados Unidos foi tortuoso.