(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

Sindicato diz que vai pedir interdição de fábrica onde paiol explodiu em Juiz Fora

Depósito de armas da empresa explodiu no fim da noite de terça-feira causando danos em casas em bairros próximos ao local. Causas do incidente ainda são apuradas


postado em 17/08/2016 15:31 / atualizado em 17/08/2016 21:52

Imagens do incêndio se espalharam pelas redes sociais(foto: Reprodução internet/WhatsApp)
Imagens do incêndio se espalharam pelas redes sociais (foto: Reprodução internet/WhatsApp)

O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e Material plástico (Stiquifamp) de Juiz de Fora, na Região da Zona da Mata, pretende pedir, nesta quarta-feira, a interdição da fábrica da Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel). O paiol da empresa explodiu no fim da noite de terça-feira causando danos em casas em bairros próximos ao local. Funcionários afirmam que o imóvel onde eram guardadas as munições e explosivos ficou completamente destruído.

De acordo com o presidente do Stiquifamp, Scipião da Rocha Júnior, o pedido é para dar mais segurança para os trabalhadores. “Pedimos a interdição da empresa até que o Corpo de Bombeiros dê um laudo atestando a segurança dos trabalhadores. Queremos uma ação mais rápida, porque a situação lá dentro da empresa é crítica”, afirmou Júnior, que se encontrou com os trabalhadores na porta da fábrica. O pedido ainda não foi analisado.



A unidade da Imbel fica na Avenida Juscelino Kubitschek. A explosão ocorreu por volta das 23h30 em um depósito que armazenava munições. De acordo com o Corpo de Bombeiros, o Exército (responsável pela fábrica) usou um drone para fazer uma varredura no local, verificando a extensão dos danos. Há dois paióis ao lado do primeiro, sendo que apenas um deles teve o telhado danificado. Eles são separados por uma barreira composta por terra, o que possibilitou a preservação.

Os bombeiros informaram que um depósito de materiais químicos teve um princípio de incêndio, apagado pelas equipes. Ele abrigava 36 bombonas de ácido sulfúrico, e a maioria delas apresentou vazamento. O material ficou em uma bacia de contenção e a retirada será feita por uma empresa especializada. Cinco viaturas do Corpo de Bombeiros, com 12 militares, participaram da ação na Imbel. Os militares finalizaram o combate por volta das 3h, e outra equipe foi encaminhada ao local às 6h para fazer o rescaldo, eliminando possíveis riscos.

Um funcionário, que não quis se identificar, informou que várias munições ficaram espalhadas pela empresa. “O paiol desapareceu e só sobrou ferragem. Tem munição esparramada pelo campo em forma geral. Até granadas com explosivo em atividade. Pode haver riscos com os focos de incêndio, por isso o Corpo de Bombeiros ainda faz o resfriamento”, contou.

Portas e janelas de casas e estabelecimentos foram danificadas (foto: Reprodução internet/WhatsApp)
Portas e janelas de casas e estabelecimentos foram danificadas (foto: Reprodução internet/WhatsApp)


Susto e prejuízos

Outra funcionária da empresa, que também preferiu o anonimato, estava em casa com os dois filhos pequenos, o mais velho tem 5 anos, quando as explosões ocorreram. “Moro na vila da empresa. Foi um barulho ensurdecedor. Teve um barulho muito forte e, em um primeiro momento, pensei que não era nada. Na segunda explosão, saí de casa e vi um clarão. O vidro da minha casa foi destruído. Foi muito assustador”, contou. Segundo a mulher, todos foram orientados a deixar os imóveis e sair da região por causa dos riscos.

A dona de casa Celi Eveling disse que foi possível perceber a explosão no Bairro Ponte Preta, onde mora. Segundo ela, a região é distante do Araújo, onde fica a unidade. Ela e marido estavam acordados quando a explosão ocorreu. “A gente mora perto do distrito e tem muitas fábricas. Pensei que era até uma fábrica daqui que tinha explodido. Logo depois a gente viu pelas redes sociais que foi na Imbel, que é bem longe”, explica.

Segundo ela, houve muita confusão com mensagens se espalhando pela internet, dizendo para as pessoas ficarem alertas e saírem de suas casas, mas não houve nada grave. “Só mesmo janelas e telhados tremendo. Até quem mora nos apartamentos percebeu. Parecia uma descarga elétrica muito alta, como um relâmpago”, comenta.

“Deu um barulho muito forte. Os vidros aqui até balançaram, a gente levou um susto enorme. Eu tinha acabado de deitar pra dormir, quando houve a explosão e todo mundo pulou da cama”, conta a autônoma Marilene Andrade Lopes, que mora com a família no Várzea, perto do Bairro Benfica. Ela disse que nunca viu um incidente deste tipo na região. “O fogo não deu pra ver, mas a explosão foi muito forte. Na hora a gente pensa que o mundo está até se acabando”.

O Corpo de Bombeiros de Juiz de Fora informou que houve pânico entre os moradores após a explosão, pois as pessoas temiam que o incêndio se espalhasse por outros locais. Os bombeiros receberam uma série de ligações e informaram aos moradores que eles seriam comunicados caso houvesse necessidade de evacuação das casas. No entanto, conforme a corporação, peritos do Exército descartaram a possibilidade após uma vistoria no local. Algumas casas no entorno tiveram danos em janelas e portas, com quebra de vidros. A Defesa Civil da cidade foi chamada.

Por meio de nota divulgada nesta manhã pelo Exército Brasileiro, a Imbel confirmou que a explosão não deixou vítimas. O paiol destruído armazenava explosivos e a empresa abriu um inquérito técnico-administrativo para apontar as causas do acidente.

RB


receba nossa newsletter

Comece o dia com as notícias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, faça seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)