Dentro dos próximos 15 dias, um grupo técnico formado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas (CBH-Rio das Velhas) e empresas detentoras de barragens na região de Itabirito e Nova Lima, na Grande BH, devem colocar em prática um plano para aumentar a vazão do Velhas. O trabalho tem o objetivo de fazer a gestão hídrica do manancial por meio da liberação de parte da água de represas na região das duas cidades, operadas pela Cemig e por mineradoras, que fazem parte do Ribeirão do Peixe. Outra alternativa, caso o rio que atualmente sofre com a estiagem prolongada alcance níveis ainda mais críticos, é que a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) reduza a captação de água no Velhas para atender à Grande BH, privilegiando as captações do Sistema Paraopeba.
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Vazão do Rio das Velhas cai para níveis críticosCheia do Rio das Velhas assusta moradores em Santa LuziaRetirada irregular de água da Bacia do Rio das Velhas, na Grande BH, aumenta crise hídrica Chuvas de outubro ficam abaixo da média nas captações de água da Grande BHNascente preservada abastece gratuitamente 20 famílias de SabaráChuva traz alívio, mas atenção ainda é total no Rio das VelhasDe acordo com o presidente do CBH-Velhas, Marcus Vinícius Polignano, as medidas foram acertadas durante reunião na manhã de hoje entre os representantes do comitê, da Copasa, Cemig e da mineradora Anglo Gold, estas últimas detentoras de barragens na região próxima à captação para abastecimento da Grande BH. “Foi uma reunião para discutir a operação técnica, que deve começar dentro de 15 a 20 dias, no máximo.
Segundo ele, a medida é de extrema necessidade para que o velhas possa vencer o período crítico de estiagem que ainda deve se estender até outubro, quando começam as primeiras chuvas. “Ainda estamos no mês de agosto e não temos previsão de chuvas de intensidade maior nessa região”, lembra.
Polignano explicou ainda que a Copasa retira em torno de 6,5 metros cúbicos do Rio das Velhas para atender a Grande BH e que, com marcas na casa dos 10m³/s, sobrariam então apenas 3,5 metros cúbicos para o rio continuar a correr à jusante. O ambientalista destaca que não é possível utilizar todo o rio para abastecer BH, o que poderia inviabilizá-lo do ponto de vista ecológico. “Mas a Copasa já acertou que se esse nível voltar a ser alcançado, a empresa irá reduzir a captação para 5,5m³/s.
Em 2015, quando o manancial viveu uma situação parecida, o pr explica que o foco estava todo voltado para a crise hídrica, o que possibilitou mais atenção ao problema.