Os traficantes de drogas que fazem a intermediação entre vendedores de varejo e distribuidores de estados de fronteira do Brasil com outros países estão se unindo para receber grandes quantidades de entorpecentes de uma só vez. O objetivo é unir vários destinatários dentro de um mesmo carregamento e promover a distribuição rápida da droga, evitando guardar maiores quantidades e dificultando a ação da polícia. A percepção é do delegado Kleyverson Rezende, chefe do Departamento Estadual de Combate ao Narcotráfico (Denarc) da Polícia Civil, que apresentou ontem detalhes da maior apreensão de drogas feita pela unidade em 2016. Em julho, os policiais descobriram 771 quilos de maconha escondidos em um ferro-velho do Bairro Maria Goretti, Região Nordeste de BH, quantidade avaliada em mais de R$ 500 mil. Em 2016, as apreensões exclusivas do Denarc já somam quase 2,5 toneladas, número considerado alto pelo delegado.
Segundo o policial, criminosos como Péricles Gomes Ribeiro, apontado como o responsável pelos 771kg e distribuidor em BH, estão se unindo para fazer um mesmo pedido. “Grandes cargas, principalmente de maconha, estão chegando no estado e são distribuídas rapidamente. As vezes, chega uma tonelada em um dia e, no outro dia, já foi distribuída. Está existindo uma forma de associação entre os traficantes, que se unem trazendo grandes quantidades e uma distribuição mais rápida”, diz o delegado.
De acordo com Kleyverson Rezende, esse modo de agir aumenta o desafio para a Polícia Civil, já que os trabalhos de apreensão de drogas normalmente são acompanhados de campanas que podem durar mais tempo e se apoiam na manutenção de estoques, que são distribuídos de forma mais devagar.