Jornal Estado de Minas

Mulher é presa suspeita de aplicar golpe do seguro em casal de idosos de BH

A Polícia Civil prendeu uma mulher de 45 anos suspeita de aplicar um golpe em um casal de idosos, de 65 e 70 anos, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Segundo a polícia, Valdirene Silva Costa tem passagens por estelionato desde 1997 e já agiu no interior de Minas e em São Paulo. Ela foi apresentada na manhã desta segunda-feira.



De acordo com o delegado Samuel Neri, Valdirene era investigada há seis meses e se apresentava como corretora ligada a uma cooperativa. A suspeita recebia informações privilegiadas sobre pessoas que tinham seguro e visitava as residências oferecendo um plano melhor ou comunicando a existência de um benefício. “Ela falava que eles tinham um prêmio pelo seguro, mas para receber teriam que pagar taxas ou quitar parte da apólice. Os idosos achando que teriam prêmio maior quitavam, ela conseguia a vantagem e sumia”, explica.

A polícia chegou até a suspeita depois da denúncia do casal de BH, que procurou a delegacia desconfiado da visita de Valdirene. Segundo o delegado, ela disse às vítimas que eles tinham direito a um prêmio de R$ 21 mil mas, para receber a quantia, era necessário pagar débitos de R$ 3,5 mil da apólice de seguro. As vítimas chegaram a pagar a quantia, mas os policiais conseguiram impedir que Valdirene descontasse o cheque.

Os policiais procuraram Valdirene em dois endereços, sem sucesso, até que conseguiram prendê-la em uma casa no Bairro Vila Clóris, Região Norte de Belo Horizonte, em 19 de agosto. Conforme Samuel Neri, ela não resistiu à prisão. “Ela assume os crimes passados, dado a extensa ficha. Mas desse específico ou fala que não se recorda ou fala que não foi ela, apesar de ter sido reconhecida pelas vítimas.”



De acordo com o delegado, Valdirene já agiu em São Paulo, em Tombos, na Zona da Mata, e Poços de Caldas, no Sul de Minas. O primeiro crime cometido por ela data de 1996 e o primeiro caso de estelionato foi em 1997. A mulher já chegou a ser condenada pela Justiça e cumpriu pena pelos crimes. “Ela é extremamente articulada e fria nessas práticas delituosas, até pela experiência”, comenta Samuel Neri.

O delegado destaca que as cooperativas conseguem informações dos beneficiários de seguros pelo governo, de forma lícita, para repassar aos corretores. “A investigação continua para tentar saber como essas informações privilegiadas chegam a ela, qual a finalidade dessa coperativa, e para identificar mais vítimas”, diz. Valdirene está presa preventivamente no Centro de Remanejamento de Presos (Ceresp) Centro-Sul.