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Ministério Público quer fim de invasão na Serra do CurralPBH é condenada a pagar indenização de R$ 3,5 mi por loteamento no entorno da Serra do Curral Serra do Curral conserva exemplares raros de cactos ameaçados de extinçãoProjetos tentam divulgar Parque Serra do Curral, ainda pouco visitadoJustiça determina reintegração de posse de lotes no entorno da Serra do CurralBHTrans prepara novas mudanças no trânsito do Bairro de LourdesA liminar, concedida pelo juiz Rinaldo Kennedy Silva, titular da 2ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública Municipal da Comarca de Belo Horizonte, acata 13 dos 14 requerimentos feitos pelo MPMG na ação. Além da imediada paralisação das atividades de construção civil no local, a decisão suspende a venda de terrenos, bloqueia bens do empreendedor apontado como responsável pelas obras, identificado como João Batista Filho, e exige comprovação da posse dos lotes, entre outras medidas. “Caso as vendas prossigam, poderão existir mais construções no local que afetarão drasticamente a área tombada”, diz trecho da decisão.
O juiz determinou ainda que prefeitura cadastre as intervenções feitas no local e os respectivos responsáveis, além de fixar multa diária de R$ 10 mil em favor do Fundo Municipal de Patrimônio Cultural para o caso de descumprimento da ordem judicial.
Na ação, as promotoras Cláudia Ferreira de Souza e Lílian Marotta Moreira também pediram que, ao fim do processo, a prefeitura e o empreendedor paguem R$ 1 milhão a título de compensação pelos danos ambientais na região, como o lançamento de esgoto em fossas e o desmatamento de cerca de 23 mil metros quadrados em área de transição entre os biomas de mata atlântica e cerrado – os danos teriam sido comprovados em vistoria da Polícia Militar do Meio Ambiente.
HISTÓRICO As denúncias de invasão e construção irregular de imóveis na região começaram em 2011. Naquele ano, o advogado Gustavo Tavares Simões Silva, que representa 14 proprietários na região, entrou na Justiça pela primeira vez para tentar paralisar as intervenções. Silva comemorou a liminar, embora a tenha considerado tardia.
Procurado, o Ministério Público informou por meio de sua assessoria que nenhum promotor se pronunciaria ontem. Segundo a assessoria do Fórum Lafayette, o juiz também não comentaria o assunto, uma vez que o caso não está encerrado. A Prefeitura de Belo Horizonte, por sua vez, informou que examina a decisão para tomar as providências cabíveis. A reportagem do EM não localizou João Batista Filho nem seu advogado.
“Caso as vendas prossigam, poderão existir mais construções no local que afetarão drasticamente a área tombada”
Trecho da decisão do juiz Rinaldo Kennedy Silva
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