Nas últimas semanas, Belo Horizonte e as cidades da região metropolitana passaram por variações de clima quase extremas. No início da semana passada, madrugada de chuva. Dois dias depois, os termômetros subiram na capital mineira, com a umidade relativa do ar chegando a 13%  – menor índice do ano. Ao longo do fim de semana, caíram gradualmente até a chegada de uma massa de ar frio na segunda-feira, que derrubou de vez as temperaturas. Segundo especialistas, essas mudanças constantes são características do inverno em Minas, mas exigem que a população fique atenta para evitar doenças.

De acordo com o instituto PUC Minas TempoClima, às 6h de ontem BH registrou 11 graus. Com a baixa temperatura e ventos de 60 quilômetros por hora, a sensação térmica na estação meteorológica do Cercadinho, na Região Oeste, era de -2 graus. “Nesta época do ano, formam-se as massas de ar frio no Sul do continente e elas vão migrando. Passam pelo Sul e Sudeste do país. Como estamos no inverno, recebemos pouca energia solar e isso provoca baixas temperaturas”, explica o meteorologista Claudemir de Azevedo, do 5º Distrito do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet-MG).

Azevedo diz que o inverno de 2016 está dentro da média de temperatura em Minas, entre 13 e 25 graus. O Sul do estado segue registrando as menores temperaturas e pode ter geada nesta semana. “Essa massa de ar frio dura até o fim da semana. A tendência é que as temperaturas se elevem, mas até o fim do inverno não está descartada a chegada de outras massas de ar frio.”

Por conta do sistema que age sobre Minas, a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil de BH (Comdec) emitiu alerta para baixas temperaturas até o fim da semana. “Esperamos que a condição de alerta se mantenha, com temperaturas abaixo de 12 graus”, afirma Dayan Diniz de Carvalho, meteorologista da Comdec. Ele diz que não há previsão de chuva para os próximos dias e que, no sábado, a umidade relativa do ar deve sair dos 50% atuais no período da tarde para os 30%.

EFEITOS NA SAÚDE Cássio Ibiapina, pneumologista e professor da Faculdade de Medicina da UFMG, enfatiza os efeitos da variação climática no organismo. “A umidade baixa é muito crítica para doenças respiratórias e a variação da temperatura é mais prejudicial, é pior para o organismo do que um frio contínuo”, analisa Ibiapina.

O médico lista uma série de medidas para evitar problemas com a baixa umidade, como beber bastante líquido, fazer a higiene nasal com soro fisiológico, evitar atividades físicas ao ar live entre as 11h e as 17h, manter os ambientes arejados, limpos e lavar as mãos com frequência.

Interferência do vento

Sensação térmica é a temperatura que o corpo sente levando-se em consideração as condições da intensidade dos ventos e a temperatura efetivamente registrada pelos termômetros nas estações meteorológicas. Os principais fatores que interferem na sensação térmica são a velocidade do vento, a temperatura e a roupa da pessoa.

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