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Estudante de BH entra para livro dos recordes do BrasilEstudante de BH quer entrar no Guinness com maquetes feitas de lixo eletrônicoPrefeitura cumpre ordem judicial em casa repleta de lixo em Venda NovaFrequentadores de pista de caminhada na Andradas reclamam de lixo e falta de segurançaSLU avalia o que fazer sobre decisão que proíbe garis na caçamba de caminhõesPara especialistas, o quadro é preocupante e exige intervenção imediata do poder público para implantação de coleta seletiva e de campanhas de conscientização para o consumo consciente. Em relação ao lixo coletado em toda a cidade, a média mensal este ano subiu 30,1% em uma década, apesar de o volume ter sido menor em relação a 2015.
Os índices que traduzem a realidade da coleta domiciliar na capital mineira são também superiores à média nacional apontada no Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Segundo o levantamento, o crescimento da geração de lixo observado no país foi de 25% no intervalo entre 2005 e 2014. O diretor-executivo da Abrelpe, Carlos Silva, afirma que a elevação de 65% somente no Centro de BH é alta e merece a atenção do poder público. “Está muito acima da média da cidade e também do Brasil.
Entre as possíveis causas para explicar o crescimento do lixo coletado na Região Central de BH, Carlos lista o aumento populacional, o desenvolvimento da cidade, os aumentos da renda e do poder de consumo, bem como a mudança de hábitos da população na hora de ir às compras. “É preciso observar que o Centro de uma grande cidade, como é Belo Horizonte, concentra uma série de serviços, comércios, além de ser uma zona de passagem. Mas o crescimento registrado na área central de BH está muito acima da média”, alerta.
Gastos extras com manutenção
O diretor-executivo lembra que a progressão rápida na geração de resíduos resulta em maior prejuízo ambiental, além de gerar cada vez mais impacto para os cofres públicos nos gastos com varrição, coleta, transporte e acondicionamento desses materiais. Desde 2008, quando o aterro da BR-040 teve sua capacidade esgotada, todo o lixo de Belo Horizonte passou a ser levado para o Aterro Macaúbas, em Sabará. O espaço particular foi a solução encontrada pela PBH para destinar seus resíduos. “Esse trabalho, desde a coleta até o destino final, tem um custo por viagem, que aumenta com o crescimento da produção da quantidade de lixo”, explica.
Assim como Carlos, especialistas lembram da importância de políticas públicas que possam reduzir a quantidade de lixo.
Por meio de nota, a SLU informou que a comparação dos números que mostram o crescimento da produção de lixo na área interior da Avenida do Contorno deve levar em conta variáveis, como o aumento da população, replanejamento dos distritos de coleta, variação na ocupação do solo urbano (verticalização, novas moradias, estabelecimento de comércio), mudança de comportamento das pessoas e de empresas (maior ou menor produção e consumo de bens descartáveis), entre outras. Segundo o órgão, é preciso considerar ainda o aumento da população flutuante e entender que BH é considerada uma cidade-dormitório para considerável parte da população do Centro, além da realização de eventos que reúnem maior ou menor público vindo de fora, a exemplo do carnaval e da Virada Cultural.
Sobre o Hipercentro, a superintendência esclareceu que o serviço de coleta de lixo na região é diário (de segunda a sábado), a partir das 20h. “Trata-se de uma área prioritária por causa da grande circulação de pessoas”, informou a SLU por meio de nota. Já a varrição é feita três vezes ao dia (manhã, tarde e noite), inclusive nas praças Sete, Rio Branco e Raul Soares..