Para o especialista em segurança pública Robson Sávio Reis, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e coordenador do Núcleo de Estudos Sociopolítico da PUC-Minas, os belo-horizontinos não devem se enganar com os números que mostram a redução dos homicídios cometidos por armas de fogo na capital.
Segundo ele, apesar dessa queda ter sido de quase 50%, os homicídios foram estabilizados num patamar muito alto. Hoje, em Belo Horizonte, segundo ele, continua tendo uma taxa de 31 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) fala que 10 homicídios para cada 100 mil habitantes já é epidêmico essa taxa. A média do Brasil é de 29”, esclarece o especialista.
Segundo Reis, Belo Horizonte registrou, até 2013, um aumento vertiginoso dos homicídios, com quase 1.600 mortes por ano. Em 2014, de acordo com ele, houve queda de quase 50%, lembrando que em 2013 houve reestruturação dos órgãos de segurança do estado, com a criação da Secretaria de Defesa Social (Seds), e com dois programas fundamentais, tanto para melhorar a efetividade policial quanto a questão da prevenção, que foram a integração das polícias e o Programa Fica Vivo.
De acordo com o especialista, o Programa Fica Vivo focou exatamente nas áreas de grande concentração de homicídios cometidos com armas de fogo, na disputa de gangues por território.
“Nós estávamos num aumento ascendente de homicídios e 2003 foi o pico. Depois, começou a ter uma queda bastante vertiginosa, que é o período mostrado por esse estudo, mas o problema é que não podemos nos enganar pelos números. Em primeiro lugar, apesar dessa queda ter sido de quase 50%, os homicídios foram estabilizados num patamar muito alto”, afirmou.
Ainda de acordo com Reis, a partir de 2013 e 2014, quando começam os picos de aumento da criminalidade, houve uma desconstrução da política existente de integração policial e de prevenção. “Não há mais investimento no Programa Fico Vivo, que era focalizado, e começa um desarranjo em toda política de integração policial.
A notícia boa é que houve realmente uma redução muito grande, mas estamos comparando do momento em que havia o pico dos homicídios, que era 2013. Justamente de 2013 e 2014 para cá é que começaram novamente os picos dos homicídios”, afirmou o especialista, lembrando que a tendência dessas mortes continuarem caindo não está presente nos últimos dados de homicídios e de homicídios por armas de fogo.
INTERIOR Em relação ao interior de Minas, que registrou aumento nos homicídios por armas de fogo, segundo Reis, a questão foi que a política de melhoria da gestão policial e de prevenção teve todo seu foco em Belo Horizonte e região metropolitana.
“A maioria dos núcleos do Fica Vivo é de Belo Horizonte. No interior, tanto a política de integração quanto a de prevenção não conseguiram chegar com tanta força. Por isso que, diferentemente da tendência de baixa na região metropolitana e em Belo Horizonte, no interior aumentou. Houve uma migração da criminalidade”, disse.
Ao contrário do que todo mundo pensa, segundo Reis, o problema do tráfico de drogas não está associado ao homicídio. “Não é porque as drogas produzem homicídio, mas a disputa por pontos de drogas. As gangues estão muito bem armadas. A disputa pelo comércio de drogas começou a aumentar muito no interior. E o foco da Secretaria de Defesa Social no período estava todo voltado para Belo Horizonte”, conclui.
Para o estudioso, toda política de desarmamento tem incidência na diminuição de homicídios. “O principal vetor dos homicídios hoje em todo mundo e no Brasil, o que significa 80% e 85%, são as armas de fogo. O problema é o seguinte: uma boa parte dos homicídios, ao contrário do senso comum, não são praticados pela disputa entre gangues e por grandes quadrilhas armadas. Uma boa parte, dependendo do local, isso varia entre 40% e até 50%, são motivações fúteis.
Segundo ele, apesar dessa queda ter sido de quase 50%, os homicídios foram estabilizados num patamar muito alto. Hoje, em Belo Horizonte, segundo ele, continua tendo uma taxa de 31 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. “A Organização Mundial de Saúde (OMS) fala que 10 homicídios para cada 100 mil habitantes já é epidêmico essa taxa. A média do Brasil é de 29”, esclarece o especialista.
Segundo Reis, Belo Horizonte registrou, até 2013, um aumento vertiginoso dos homicídios, com quase 1.600 mortes por ano. Em 2014, de acordo com ele, houve queda de quase 50%, lembrando que em 2013 houve reestruturação dos órgãos de segurança do estado, com a criação da Secretaria de Defesa Social (Seds), e com dois programas fundamentais, tanto para melhorar a efetividade policial quanto a questão da prevenção, que foram a integração das polícias e o Programa Fica Vivo.
De acordo com o especialista, o Programa Fica Vivo focou exatamente nas áreas de grande concentração de homicídios cometidos com armas de fogo, na disputa de gangues por território.
“Nós estávamos num aumento ascendente de homicídios e 2003 foi o pico. Depois, começou a ter uma queda bastante vertiginosa, que é o período mostrado por esse estudo, mas o problema é que não podemos nos enganar pelos números. Em primeiro lugar, apesar dessa queda ter sido de quase 50%, os homicídios foram estabilizados num patamar muito alto”, afirmou.
Ainda de acordo com Reis, a partir de 2013 e 2014, quando começam os picos de aumento da criminalidade, houve uma desconstrução da política existente de integração policial e de prevenção. “Não há mais investimento no Programa Fico Vivo, que era focalizado, e começa um desarranjo em toda política de integração policial.
A notícia boa é que houve realmente uma redução muito grande, mas estamos comparando do momento em que havia o pico dos homicídios, que era 2013. Justamente de 2013 e 2014 para cá é que começaram novamente os picos dos homicídios”, afirmou o especialista, lembrando que a tendência dessas mortes continuarem caindo não está presente nos últimos dados de homicídios e de homicídios por armas de fogo.
INTERIOR Em relação ao interior de Minas, que registrou aumento nos homicídios por armas de fogo, segundo Reis, a questão foi que a política de melhoria da gestão policial e de prevenção teve todo seu foco em Belo Horizonte e região metropolitana.
“A maioria dos núcleos do Fica Vivo é de Belo Horizonte. No interior, tanto a política de integração quanto a de prevenção não conseguiram chegar com tanta força. Por isso que, diferentemente da tendência de baixa na região metropolitana e em Belo Horizonte, no interior aumentou. Houve uma migração da criminalidade”, disse.
Ao contrário do que todo mundo pensa, segundo Reis, o problema do tráfico de drogas não está associado ao homicídio. “Não é porque as drogas produzem homicídio, mas a disputa por pontos de drogas. As gangues estão muito bem armadas. A disputa pelo comércio de drogas começou a aumentar muito no interior. E o foco da Secretaria de Defesa Social no período estava todo voltado para Belo Horizonte”, conclui.
Para o estudioso, toda política de desarmamento tem incidência na diminuição de homicídios. “O principal vetor dos homicídios hoje em todo mundo e no Brasil, o que significa 80% e 85%, são as armas de fogo. O problema é o seguinte: uma boa parte dos homicídios, ao contrário do senso comum, não são praticados pela disputa entre gangues e por grandes quadrilhas armadas. Uma boa parte, dependendo do local, isso varia entre 40% e até 50%, são motivações fúteis.