Jornal Estado de Minas

Mãe inventou sequestro de bebê motivada por 'voz interior', diz polícia

Um falso sequestro de bebê de quatro meses há cerca de dez dias foi esclarecido nessa quinta-feira pela Polícia Civil. A mãe da criança, de 20 anos, teria dito à polícia que um homem tirou sua filha de seus braços no Bairro Milionários, na Região do Barreiro, em Belo Horizonte. A PC apurou que a história era forjada.

De acordo com informações da Polícia Civil, no boletim de ocorrência, a jovem afirmou que saía do posto de saúde quando um homem a abordou e levou a filha. Ainda de acordo com o relato da mãe, um ciclista que passava pelo local teria conseguido resgatar a bebê e devolver a criança à jovem. A mulher, que alega problema psiquiátrico e não teve o nome revelado, deu detalhes do suposto sequestro: chegou a apontar até o local do crime.

A partir da análise de imagens de câmeras de segurança e conversa com testemunhas, os policiais concluíram que a história era falsa. A própria mãe da criança, em novo depoimento, assumiu a farsa. Ela apresentou à polícia um atestado de tratamento psiquiátrico e alegou ter criado a versão após ordem de uma “voz interior”.

O fato foi registrado sob Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), configurado como infração de menor potencial ofensivo. A mãe da bebê deverá comparecer ao Juizado Especial Criminal para esclarecimentos.

Falsos sequestros
Informações falsas ou equivocadas acabam atrapalhando o trabalho da Polícia Civil na resolução de sequestros.
Segundo a delegada Virgínia Bittar, têm circulado nos últimos dias diversas mensagens nas redes sociais e no aplicativo WhatsApp sobre falsos sequestros de crianças na capital mineira.

Isso dificulta a resolução de ocorrências verdadeiras, além de alarmar e mover esforços inúteis da população. "Quando a polícia é chamada e a investigação aponta a falsa comunicação de crime, o autor pode responder criminalmente, de acordo com o artigo 340 do Código Penal", reforça Bittar. A pena prevista varia até seis meses de prisão.

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