Moradores do Bairro Ouro Preto, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, trocaram o domingo de descanso para agir a favor de uma causa coletiva. Rolos de tinta, pincéis, vassouras, pás, talhadeiras e outros materiais saíram dos armários para promover a melhoria da qualidade de vida do bairro.
Depois de firmarem uma parceria com a Polícia Militar (PM) para tentar diminuir os índices de criminalidade na região, um grupo se reuniu em uma força-tarefa para fazer a manutenção da Praça Engenheiro Jorge Mansur, formada pelo cruzamento das ruas João Antônio Cardoso e Carlos Frederico Campos.
Enquanto aguardam uma obra de revitalização completa do espaço, prevista no Orçamento Participativo, os participantes tiveram a ideia de deixar o local mais agradável e, consequentemente, livre de depredações e da criminalidade que incomoda a população.
Na lista de tarefas entraram a pintura de bancos, meio-fio e rodapés, varrição do lixo, limpeza em volta das plantas e outros pequenos consertos.
A iniciativa partiu do comerciante Carlos Bertucio de Araújo Azevedo, de 42 anos, nascido no Ouro Preto. Por meio de um grupo de WhatsApp com 165 pessoas, entre elas militares da PM na região, surgiu a ideia de renovar o espaço, principalmente por conta das depredações constantes e da presença de criminosos.
“A PM se empenhou em melhorar a questão dos crimes e eu fiquei responsável em apontar uma solução para a parte visual. Foi aí que resolvi chamar as pessoas do grupo para ajudar”, revela Carlos, responsável pela pintura dos rodapés da praça na divisão de tarefas feita ontem.
Ele levou até o filho, de 16, para ajudá-lo. O grande objetivo, segundo o comerciante, é manter o espaço de forma a atrair os moradores. “Temos um asilo e uma escola bem aqui na praça. Com um espaço atrativo, eles podem ocupar essa área. Quando a comunidade está presente, a criminalidade sai”, acrescenta Carlos.
O aposentado Armindo Henriques da Silva, de 72, ajudou na varrição e também acompanhou o trabalho dos colegas. “A limpeza traz a civilidade para a praça”, resumiu o morador do Ouro Preto. Antes mesmo de receber o convite feito por Carlos, o funcionário público Ilmar Mendes, de 51, já fazia pequenas ações na praça para cuidar do espaço, depredado por pichações.
Ontem, ele pintava o banheiro usado por funcionários da varrição da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e também o recipiente utilizado para acondicionar os sacos de lixo. As pichações nesses dois equipamentos davam um tom de sujeira à praça.
“Os moradores doaram o material e nós estamos sensibilizando a população para cuidar mais dos espaços públicos e também do verde. É uma coisa simples, mas que se todos fizessem ficaria muito mais fácil. Não podemos só culpar o governo, também temos nosso papel”, diz ele.
EFEITO SOCIAL A atividade é tão prazerosa que Ilmar conseguiu até mesmo ajudar um amigo a sair do alcoolismo com as tarefas na praça. O jardineiro Pedro Dias, de 57 anos, nasceu no bairro e domou o vício quando começou a ajudar Ilmar na manutenção.
“Foi graças a essa atividade que parei de beber e estou assim até hoje. Acho muito importante cuidar do espaço para que todos possam usar”, afirma Pedro. O engenheiro civil Elieser Vasconcellos disse que a própria atividade da Polícia Militar fica mais simples quando os espaços públicos são recuperados. “A nossa intenção é servir de exemplo para outras áreas da cidade. Quem sabe isso não se espalha?”, questiona.
Aos poucos os moradores vão conseguindo manter um lugar bem cuidado e à disposição da população. Carlos explicou que o grande objetivo é fazer parcerias com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para continuar mantendo a praça bem cuidada. “Agora, estamos negociando para retomar o fornecimento de água, que teve que ser cortado por conta da crise hídrica. Com a água de volta, teremos condições de retomar também a jardinagem. O caminho é esse”, completa.
POLÍCIA MILITAR O tenente André Luiz Pinto da Rocha, que comanda o setor de BH onde está inserido o Bairro Ouro Preto, explica que, normalmente, quando um ambiente se torna degradado ele atrai pessoas mal-intencionadas e por isso fica mais propício ao cometimento de crimes.
“A comunidade nos trouxe a demanda dizendo que tinha vontade de usar mais a praça e a PM levou a ideia de uma revitalização às reuniões comunitárias”, afirma o militar. O tenente ressalta ainda que esse modelo é usado em vários lugares ao redor do mundo.
“Quando a gente consegue melhorar o ambiente, naturalmente a população de bem é atraída e aqueles que procuram o lugar para cometer crimes se afastam”, acrescenta. O responsável pelo policiamento do Ouro Preto diz ainda que a medida pode ser ampliada para outros lugares e esse é justamente o objetivo da PM com o conceito de polícia comunitária. “Temos um policiamento setorizado em BH e cada comunidade local pode desenvolver essa parceria”, completa.
Depois de firmarem uma parceria com a Polícia Militar (PM) para tentar diminuir os índices de criminalidade na região, um grupo se reuniu em uma força-tarefa para fazer a manutenção da Praça Engenheiro Jorge Mansur, formada pelo cruzamento das ruas João Antônio Cardoso e Carlos Frederico Campos.
Enquanto aguardam uma obra de revitalização completa do espaço, prevista no Orçamento Participativo, os participantes tiveram a ideia de deixar o local mais agradável e, consequentemente, livre de depredações e da criminalidade que incomoda a população.
Na lista de tarefas entraram a pintura de bancos, meio-fio e rodapés, varrição do lixo, limpeza em volta das plantas e outros pequenos consertos.
A iniciativa partiu do comerciante Carlos Bertucio de Araújo Azevedo, de 42 anos, nascido no Ouro Preto. Por meio de um grupo de WhatsApp com 165 pessoas, entre elas militares da PM na região, surgiu a ideia de renovar o espaço, principalmente por conta das depredações constantes e da presença de criminosos.
“A PM se empenhou em melhorar a questão dos crimes e eu fiquei responsável em apontar uma solução para a parte visual. Foi aí que resolvi chamar as pessoas do grupo para ajudar”, revela Carlos, responsável pela pintura dos rodapés da praça na divisão de tarefas feita ontem.
Ele levou até o filho, de 16, para ajudá-lo. O grande objetivo, segundo o comerciante, é manter o espaço de forma a atrair os moradores. “Temos um asilo e uma escola bem aqui na praça. Com um espaço atrativo, eles podem ocupar essa área. Quando a comunidade está presente, a criminalidade sai”, acrescenta Carlos.
O aposentado Armindo Henriques da Silva, de 72, ajudou na varrição e também acompanhou o trabalho dos colegas. “A limpeza traz a civilidade para a praça”, resumiu o morador do Ouro Preto. Antes mesmo de receber o convite feito por Carlos, o funcionário público Ilmar Mendes, de 51, já fazia pequenas ações na praça para cuidar do espaço, depredado por pichações.
Ontem, ele pintava o banheiro usado por funcionários da varrição da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) e também o recipiente utilizado para acondicionar os sacos de lixo. As pichações nesses dois equipamentos davam um tom de sujeira à praça.
“Os moradores doaram o material e nós estamos sensibilizando a população para cuidar mais dos espaços públicos e também do verde. É uma coisa simples, mas que se todos fizessem ficaria muito mais fácil. Não podemos só culpar o governo, também temos nosso papel”, diz ele.
EFEITO SOCIAL A atividade é tão prazerosa que Ilmar conseguiu até mesmo ajudar um amigo a sair do alcoolismo com as tarefas na praça. O jardineiro Pedro Dias, de 57 anos, nasceu no bairro e domou o vício quando começou a ajudar Ilmar na manutenção.
“Foi graças a essa atividade que parei de beber e estou assim até hoje. Acho muito importante cuidar do espaço para que todos possam usar”, afirma Pedro. O engenheiro civil Elieser Vasconcellos disse que a própria atividade da Polícia Militar fica mais simples quando os espaços públicos são recuperados. “A nossa intenção é servir de exemplo para outras áreas da cidade. Quem sabe isso não se espalha?”, questiona.
Aos poucos os moradores vão conseguindo manter um lugar bem cuidado e à disposição da população. Carlos explicou que o grande objetivo é fazer parcerias com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para continuar mantendo a praça bem cuidada. “Agora, estamos negociando para retomar o fornecimento de água, que teve que ser cortado por conta da crise hídrica. Com a água de volta, teremos condições de retomar também a jardinagem. O caminho é esse”, completa.
POLÍCIA MILITAR O tenente André Luiz Pinto da Rocha, que comanda o setor de BH onde está inserido o Bairro Ouro Preto, explica que, normalmente, quando um ambiente se torna degradado ele atrai pessoas mal-intencionadas e por isso fica mais propício ao cometimento de crimes.
“A comunidade nos trouxe a demanda dizendo que tinha vontade de usar mais a praça e a PM levou a ideia de uma revitalização às reuniões comunitárias”, afirma o militar. O tenente ressalta ainda que esse modelo é usado em vários lugares ao redor do mundo.
“Quando a gente consegue melhorar o ambiente, naturalmente a população de bem é atraída e aqueles que procuram o lugar para cometer crimes se afastam”, acrescenta. O responsável pelo policiamento do Ouro Preto diz ainda que a medida pode ser ampliada para outros lugares e esse é justamente o objetivo da PM com o conceito de polícia comunitária. “Temos um policiamento setorizado em BH e cada comunidade local pode desenvolver essa parceria”, completa.