Áreas extensas, de fauna e flora ricas e muitos cursos d’água, estão no alvo de queimadas históricas em Minas Gerais. Seja pela proximidade da área urbana ou pela pressão exercida por atividades agropecuárias, importantes unidades de conservação do estado estão recorrentemente na lista das mais atingidas por incêndios.
De acordo com levantamento feito pelo Estado de Minas com base em dados dos últimos sete anos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), os parques estaduais Serra Verde e Rola-Moça, na Grande BH, além das áreas de preservação Cochá e Gibão, Pandeiros e Veredas do Acari (Médio São Francisco); Águas Vertentes (no Alto Jequitinhonha) e Alto Mucuri (Nordeste) se revezam nas estatísticas entre 2010 e agosto de 2016, que mostram o estrago do fogo tanto por área queimada quanto por quantidade de ocorrências (veja quadro).
No entorno de Belo Horizonte, os números que mostram a quantidade de incêndios colocam duas unidades em situação mais crítica.
Ao lado de bairros do Vetor Norte da capital e vizinho à região metropolitana, o Parque Estadual Serra Verde, considerado o segundo maior da capital – menor apenas que o das Mangabeiras – é alvo constante de focos, mesmo integrando a cabeceira do Córrego Isidoro e sendo uma área de diversas nascentes fundamentais para a manutenção do sistema de lagoas da região onde se localiza.
Na extremidade Sul de BH, o Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, classificado como o terceiro maior em área urbana do país, abriga alguns dos cursos d’água que abastecem a capital e conta com uma zona de transição de cerrado para mata atlântica.
De modo geral, o fogo que se alastra nessas áreas é criminoso e resultado da atividade humana, como explica o diretor de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais e Eventos Críticos, Rodrigo Bueno Belo.
“Os focos de modo geral ocorrem onde tem muita ocupação urbana. No caso da Serra do Rola-Moça, a área está cercada por muitos condomínios, bairros e distritos e essa movimentação de pessoas, invariavelmente, exerce pressão sobre as áreas verdes”, disse.
EXPLORAÇÃO ECONÔMICA De outro modo, áreas mais rurais como Cochá e Gibão e Pandeiros, entre outras que levam o título de áreas de preservação ambiental (APA), e também parques formados por propriedades particulares, sofrem o prejuízo da exploração humana com fins econômicos.
“Nas APAs, o problema são as queimadas, porque elas devem ter uso sustentável, mas como os donos das terras residem nessas áreas, muitas vezes eles colocam fogo intencionalmente para renovar a pastagem e acabam provocando grandes incêndios”, afirma Rodrigo.
Tal prática é proibida, mas há dificuldade na identificação dos responsáveis e também no controle do fogo, uma vez que muitos locais são de difícil acesso. “Quando essas pessoas são identificadas, elas são multadas. Em algumas situações, o caso resulta em processo criminal”, disse Rodrigo.
Gerente da APA Água das Vertentes, o analista ambiental Renan César da Silva dá detalhes do resultado catastrófico dos incêndios na unidade, uma das campeãs em número de ocorrências.
“O prejuízo é enorme. Por causa do fogo, há muita perda de diversidade de animais e plantas e também a morte da microfauna, que resulta em enfraquecimento do solo, por perda de nutrientes.
A queima da vegetação nativa ainda deixa o solo exposto e facilita a ocorrência de erosões. Renan explica que os danos para cursos d’água da região também são enormes, já que a erosão provoca o assoreamento dos cursos d’água.
No caso da APA Água das Vertentes, também sofrem efeito desse processo importantes mananciais do estado, como nascentes de afluentes do Rio Doce; além dos rios Jequitinhonha e Araçuaí, que abastecem regiões áridas de Minas e cujas nascentes estão dentro da APA.
“O Jequitinhonha é um rio de preservação permanecente, que tem inúmeros proibições de uso, mas que ainda sofre bastante, especialmente com o assoreamento”, afirmou o gerente.
De acordo com levantamento feito pelo Estado de Minas com base em dados dos últimos sete anos da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad), os parques estaduais Serra Verde e Rola-Moça, na Grande BH, além das áreas de preservação Cochá e Gibão, Pandeiros e Veredas do Acari (Médio São Francisco); Águas Vertentes (no Alto Jequitinhonha) e Alto Mucuri (Nordeste) se revezam nas estatísticas entre 2010 e agosto de 2016, que mostram o estrago do fogo tanto por área queimada quanto por quantidade de ocorrências (veja quadro).
No entorno de Belo Horizonte, os números que mostram a quantidade de incêndios colocam duas unidades em situação mais crítica.
Ao lado de bairros do Vetor Norte da capital e vizinho à região metropolitana, o Parque Estadual Serra Verde, considerado o segundo maior da capital – menor apenas que o das Mangabeiras – é alvo constante de focos, mesmo integrando a cabeceira do Córrego Isidoro e sendo uma área de diversas nascentes fundamentais para a manutenção do sistema de lagoas da região onde se localiza.
Na extremidade Sul de BH, o Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, classificado como o terceiro maior em área urbana do país, abriga alguns dos cursos d’água que abastecem a capital e conta com uma zona de transição de cerrado para mata atlântica.
De modo geral, o fogo que se alastra nessas áreas é criminoso e resultado da atividade humana, como explica o diretor de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais e Eventos Críticos, Rodrigo Bueno Belo.
“Os focos de modo geral ocorrem onde tem muita ocupação urbana. No caso da Serra do Rola-Moça, a área está cercada por muitos condomínios, bairros e distritos e essa movimentação de pessoas, invariavelmente, exerce pressão sobre as áreas verdes”, disse.
EXPLORAÇÃO ECONÔMICA De outro modo, áreas mais rurais como Cochá e Gibão e Pandeiros, entre outras que levam o título de áreas de preservação ambiental (APA), e também parques formados por propriedades particulares, sofrem o prejuízo da exploração humana com fins econômicos.
“Nas APAs, o problema são as queimadas, porque elas devem ter uso sustentável, mas como os donos das terras residem nessas áreas, muitas vezes eles colocam fogo intencionalmente para renovar a pastagem e acabam provocando grandes incêndios”, afirma Rodrigo.
Tal prática é proibida, mas há dificuldade na identificação dos responsáveis e também no controle do fogo, uma vez que muitos locais são de difícil acesso. “Quando essas pessoas são identificadas, elas são multadas. Em algumas situações, o caso resulta em processo criminal”, disse Rodrigo.
Gerente da APA Água das Vertentes, o analista ambiental Renan César da Silva dá detalhes do resultado catastrófico dos incêndios na unidade, uma das campeãs em número de ocorrências.
“O prejuízo é enorme. Por causa do fogo, há muita perda de diversidade de animais e plantas e também a morte da microfauna, que resulta em enfraquecimento do solo, por perda de nutrientes.
A queima da vegetação nativa ainda deixa o solo exposto e facilita a ocorrência de erosões. Renan explica que os danos para cursos d’água da região também são enormes, já que a erosão provoca o assoreamento dos cursos d’água.
No caso da APA Água das Vertentes, também sofrem efeito desse processo importantes mananciais do estado, como nascentes de afluentes do Rio Doce; além dos rios Jequitinhonha e Araçuaí, que abastecem regiões áridas de Minas e cujas nascentes estão dentro da APA.
“O Jequitinhonha é um rio de preservação permanecente, que tem inúmeros proibições de uso, mas que ainda sofre bastante, especialmente com o assoreamento”, afirmou o gerente.