Jornal Estado de Minas

Marcio Lacerda pede que população evite contato com vegetação de parque na Pampulha

A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) fez um alerta para a população evitar a vegetação no Parque Ecológico da Pampulha. O aviso foi feito pelo Prefeito Marcio Lacerda (PSB), na tarde de quinta-feira durante a apresentação de resultados da despoluição da Lagoa da Pampulha. A preocupação é com o contato com o carrapato estrela, hospedeiro da febre maculosa, que pode ter causado a morte de um menino de 10 anos, morador de Venda Nova, em agosto. Segundo a administração municipal, dois exames feitos no paciente deram negativo para a doença, mas o resultado da terceira análise deve ser divulgado nesta sexta-feira.

Questionado sobre o possível fechamento do parque por causa da doença, Lacerda afirmou que a medida não era necessária. Mas que os moradores deveriam tomar cuidados ao visitar o local. "Neste momento de seca, acontece a proliferação do carrapato. Então, é importante que as pessoas evitem o contato com a vegetação”, afirmou.
Em seguida, lembrou que há dois anos nenhum caso da doença é registrado na capital mineira. Além disso, comentou sobre as capivaras. "O assunto das capivaras precisa de uma solução definitiva. Elas estão hoje, incrivelmente, em habeas corpus, estavam presas e foram soltas por decisão da Justiça. Já recorremos disso”, comentou.

A morte do garoto T. ainda está sendo investigada.
O garoto participou de uma atividade recreativa no Parque Ecológico da Pampulha, em 20 de agosto, e, seis dias depois, começou a apresentar os sintomas que coincidem com os da doença. Internado no dia, ele apresentou piora no estado de saúde e morreu no último domingo.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o menino apresentou manchas no corpo (petéquias), cefaleia (dor de cabeça intensa), icterícia (coloração amarelada da pele), febre, mialgia (dor intensa), dor abdominal. O período de incubação da febre maculosa é de dois a 14 dias, o que coincide com a data de apresentação dos sintomas pelo menino.

De acordo com a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), dois exames realizados no garoto foram analisados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) e deram negativo para a febre maculosa. Mesmo assim, a administração municipal ainda aguarda o resultado de uma terceira análise. A previsão é que ele seja divulgado nesta sexta-feira.

Capivaras

A suspeita da doença veio à tona por causa das capivaras que vivem na Lagoa da Pampulha. Em 2014, exames feitos pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) apontaram que 28 capivaras estavam com a bactéria Rickettsia rickettsii.
Na época, cerca de 90 animais viviam na orla, sendo que 46 foram capturados para exames. Apesar de a sorologia positiva não significar que os bichos estavam doentes, eles eram hospedeiros da bactéria, que é transmitida ao homem pelo carrapato estrela.

 

Em setembro do mesmo ano, dentro do plano de manejo autorizado pelo Ibama, foram capturadas 52 capivaras. Elas foram levadas para dois recintos separados no parque ecológico com condições adequadas de tratamento, segundo a PBH. Ainda assim, 38 delas morreram. Em janeiro de 2016, por determinação judicial, a Fundação Zoo-Botânica soltou 14 capivaras, que não apresentavam carrapato portador da bactéria de febre maculosa.

RB

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