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Estado de Minas

Exames confirmam febre maculosa em menino de 10 anos que morreu em Belo Horizonte

O resultado foi divulgado na tarde desta segunda-feira pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Esse é o primeiro caso confirmado dos últimos dois anos


postado em 12/09/2016 17:09 / atualizado em 12/09/2016 19:47

A suspeita é que o garoto tenha sido picado pelo carrapato-estrela quando visitou o Parque Ecológico da Pampulha(foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)
A suspeita é que o garoto tenha sido picado pelo carrapato-estrela quando visitou o Parque Ecológico da Pampulha (foto: Leandro Couri/EM/D.A Press)

Exames realizados no garoto de 10 anos que morreu depois de visitar o Parque Ecológico da Pampulha confirmaram a febre maculosa. O resultado foi divulgado na tarde desta segunda-feira pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). Os materiais genéticos do menino foram analisados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed). Dois exames preliminares chegaram a descartar a doença. Segundo a SES, esse é o primeiro caso confirmado dos últimos dois anos. Nos últimos dez anos, esse é o quarto caso confirmado de febre maculosa de moradores de Belo Horizonte.

O menino T., de 10 anos, morreu no domingo retrasado, seis dias depois de apresentar sintomas que coincidem com os da febre maculosa. Ele havia participado de uma atividade recreativa no Parque Ecológico da Pampulha no dia 20 de agosto. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o garoto apresentou manchas no corpo (petéquias), cefaleia (dor de cabeça intensa), icterícia (coloração amarelada da pele), febre, mialgia (dor intensa), dor abdominal. O período de incubação da febre maculosa é de 2 a 14 dias, o que coincide com a data de apresentação dos sintomas pelo menino.

Na quinta-feira, segundo a prefeitura, dois exames realizados pelo garoto foram analisados pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) e deram negativo para a febre maculosa. No mesmo dia, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) recomendou a população a não ter contato com a vegetação do parque. “Neste momento de seca acontece a proliferação do carrapato. Então, é importante que as pessoas evitem o contato com a vegetação”, disse Lacerda. O prefeito, porém, lembrou que há dois anos nenhum caso da doença é registrado na capital mineira e descartou a necessidade de fechar preventivamente o parque.

Em nota, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que orienta a população continuamente com folder informativo. O material contém informações sobre medidas preventivas para evitar o contato com os carrapatos, além de providências a serem tomadas em caso de suspeita picada por esse vetor. Em 2015, foram distribuídas 580 mil unidades.

Informou, ainda, que desde o ano passado realiza o controle químico de carrapatos em cavalos, sendo esse animal o principal hospedeiro do carrapato estrela. O trabalho é feito em parceria com a Associação dos Carroceiros e Universidade Federal de Minas Gerais/Escola de Veterinária. Em 2015, 68 proprietários e 111 equídeos participaram dessa ação. Ao todo, foram realizados 304 banhos carrapaticidas. Em 2016, até o momento, já foram realizados 267 banhos, em 106 animais com o uso de produtos que matam os carrapatos.

A preocupação com a febre maculosa veio à tona por causa das capivaras que vivem na Lagoa da Pampulha. Em 2014, exames feitos pela Fundação Ezequiel Dias (Funed) apontaram que 28 capivaras estavam com a bactéria Rickettsia rickettsii. Na época, cerca de 90 animais viviam na orla, sendo que 46 foram capturados para exames. Apesar de a sorologia positiva não significar que os bichos estavam doentes, eles eram hospedeiros da bactéria, que é transmitida ao homem pelo carrapato-estrela. Em setembro do mesmo ano, dentro do plano de manejo autorizado pelo Ibama, foram capturadas 52 capivaras. Elas foram levadas para dois recintos separados no parque ecológico com condições adequadas de tratamento, segundo a PBH. Ainda assim, 38 delas morreram. Em janeiro de 2016, por determinação judicial, a Fundação Zoo-Botânica soltou 14 capivaras, que não apresentavam carrapato portador da bactéria de febre maculosa.


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