O fim do inverno na Região Metropolitana de Belo Horizonte – a primavera começará às 11h21 de 22 de setembro – será marcado pelo tempo quente e seco. A umidade relativa do ar na capital mineira, que ontem chegou a 23%, deverá ser menor ainda nesta terça-feira. “Poderá chegar a 17%, 18%. É quase clima de deserto (13%)”, alertou o meteorologista Ruibran dos Reis, do Climatempo. Neste ano, o percentual mais baixo ocorreu em agosto (13%).

A chuva só deverá chegar a Grande BH no sábado. Até lá, em direção oposta à queda da umidade, a temperatura deverá subir nos próximos dias. Os termômetros em Belo Horizonte devem alcançar os 31 graus hoje. Poderá chegar a 34 graus na quinta-feira e na sexta-feira.

O calor em pleno inverno garantiu bom lucro a vendedores de água e sucos.

E, pelo menos ontem, mudou o hábito de muitos belo-horizontinos. Em alguns casos, nem mesmo o ar-condicionado amenizou o incômodo causado pela alta temperatura. A advogada Laiane Aparecida Dantas de Oliveira, por exemplo, se refrescou com um sorvete. Ela não tem o hábito de ir a sorveterias no horário de trabalho, mas justificou que, ontem, a umidade relativa do ar a forçou a sair do escritório por alguns minutos. “O ar-condicionado não foi suficiente para aliviar o calor”, disse a advogada, fazendo questão de acrescentar que considera estranho temperaturas tão altas em pleno inverno.

A umidade relativa do ar também é outro incômodo para os moradores da Grande BH. O baixo índice de ontem (23%) e o previsto para hoje (17%) são considerados estado de atenção pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que considera o intervalo de 12% a 20% estado de alerta. Quem esteve na Praça do Papa, no Bairro Mangabeiras, na Região Centro-Sul, percebeu como o ar esteve diferente sobre a capital.

ALÍVIO O calor só deverá dar trégua no sábado, quando há possibilidade de chuva na Grande Belo Horizonte. A aposta para o alívio é a chegada de uma frente fria na noite de sexta-feira. “Poderá chover (na região metropolitana) na sexta-feira a noite e no sábado. Certamente, porém, haverá chuvas no Sul de Minas Gerais, na Região Oeste e na Zona da Mata”, informou Ruibran, acrescentando que a causa da alta temperatura é uma frente de ar seco.

A escassez de chuvas aumenta o perigo de incêndios no estado. Ontem, o Corpo de Bombeiros teve trabalho para combater um fogo num área de vegetação de aproximadamente cinco hectares em Nova União, na região metropolitana. A corporação usou abafadores e bombas costais. O Corpo de Bombeiros também teve de combater chamas no Parque da Matinha, na Avenida José Cândido da Silveira, no Bairro Cidade Nova, na Região Nordeste da capital.

O inverno neste ano começou em 20 de junho. Em julho, no primeiro mês fechado após o início da atual estação, foram registradas 87 queimadas nas florestas do estado. O número foi 26% superior à então média para o período, de 69 ocorrências. Os chamados focos de calor – pontos identificados por satélite que não são necessariamente incêndios fora de controle – somaram 1.003 registros, o que correspondeu a 44,5% superior à média do mesmo período.

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