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Áreas do Parque Ecológico com presença de carrapatos podem ser isoladasApós morte de menino, prefeitura de BH reforça protocolo de diagnóstico de febre maculosaExames confirmam febre maculosa em menino de 10 anos que morreu em Belo Horizonte'Fatalidade', diz representante de escoteiros sobre morte por suspeita de febre maculosa Capivaras viram foco de polêmica por causa de morte de febre maculosa em BHSaúde de BH defende ação da rede em caso de febre maculosaMãe de menino morto por febre maculosa em BH critica demora no diagnósticoHospedeiras da bactéria que causa febre maculosa, capivaras viram desafioNos últimos 10 anos, esse é o quarto caso confirmado de febre maculosa em residentes de Belo Horizonte. Em dois casos, os pacientes não resistiram.
Em meio ao clima de alerta, ontem foi aplicado carrapaticida em toda a área de visitação do parque, onde as capivaras não têm acesso, ficando restritas ao entorno. Os animais, assim como cavalos, cães, gatos, pássaros, bovinos e outros são hospedeiros do parasita. Ontem, a equipe do Estado de Minas esteve no local e confirmou o início da adoção das providências. De acordo com o coordenador da Gerência de Controle de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde (SMSa), Eduardo Viana, a incidência de raios solares sobre focos de carrapatos contribui para reduzir essa população, bem como a presença de umidade no ambiente, o que justifica as ações de capina e irrigação.
VIGILÂNCIA O próximo exame para a identificação de carrapatos no parque já estava marcado para o início deste mês, mas, com a confirmação da morte causada pela febre maculosa, a Gerência de Zoonoses da prefeitura tenta identificar os locais do parque explorados pela criança – que fazia parte de um grupo de escoteiros.
Outras áreas verdes da capital, como os parques Municipal e das Mangabeiras, recebem atenção, segundo a secretaria, mas não são consideradas alvo, por não haver registro do carrapato. “Por enquanto, não há indícios de preocupação em outros parques, porque o risco é baixíssimo, embora possa existir. Mas, fazemos ações educativas em toda a cidade e também recebemos demandas espontâneas”, disse Eduardo Viana.
Outra frente de trabalho será montada no sentido de conscientizar a população sobre cuidados para evitar a doença. “Uma das maiores preocupações no momento é alertar a população sobre os cuidados ao realizar passeios em áreas verdes, tanto em BH quanto em outras regiões do estado”, afirmou a gerente de Vigilância em Saúde da secretaria, Maria Tereza da Costa Oliveira. Ela ressalta que um informativo com dicas e cuidados para evitar a contaminação está sendo distribuído. As recomendações valem também para a identificação de sintomas, que exigem atendimento médico imediato, já que a doença evolui muito rápido e o diagnóstico e tratamento precoces aumentam a chance de cura.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o Ministério Público de Minas Gerais informou que 15ª Promotoria de Justiça de Defesa do Meio Ambiente, Patrimônio Histórico e Cultural acompanha a situação das capivaras na orla da Lagoa da Pampulha desde a morte registrada pela doença em 2013, e que está avaliando este último caso para definir que providências devem ser adotadas.
Palavra de especialista
Carlos Starling, vice-presidente da Sociedade Mineira de Infectologia
Fechar não é solução
No caso do parque ecológico da Pampulha, a solução não está no fechamento da unidade. Carrapatos existem em outros lugares e estão presentes em outros hospedeiros, não só nas capivaras. Estão disseminados por toda a Região Sudeste do país . Por isso, é preciso fazer o controle dessa população. Um trabalho que não pode ser intensificado apenas quando alguém morre, mas precisa ser contínuo. É claro que é um problema de complexidade ecológica enorme, difícil de ser resolvido. Não adianta remover capivaras da orla, porque outros hospedeiros circulam por lá. É preciso que sejam feitos estudos, pesquisas, mapeamento de animais, além de um amplo trabalho de conscientização da população. .