Jornal Estado de Minas

Saúde de BH defende ação da rede em caso de febre maculosa

Diante da denúncia feita pela mãe do menino morto por febre maculosa, de que a rede pública de saúde de Belo Horizonte ignorou alertas que poderiam levar ao diagnóstico correto, a Secretaria Municipal de Saúde sustentou, por meio de nota, que não houve negligência no atendimento, considerando as informações disponíveis, sintomas apresentados, exames de imagem e demais dados do prontuário. Para a pasta, o histórico do paciente foi avaliado por equipe médica, confirmando quadro de sinusite por meio de exame de imagem. “Naquele momento, o paciente não apresentava exantema e outros sintomas que pudessem induzir ao diagnóstico de suspeita de febre maculosa”, argumenta o texto.

A secretaria orienta que, diante de suspeita da doença, é preciso procurar imediatamente os centros de saúde e unidades de pronto-atendimento, em caso de urgência, destacando a importância de que o paciente relate participação em passeios ecológicos ou picadas por carrapatos. Porém, segundo relato da garçonete Desirée Martins dos Santos, mãe do menino de 10 anos morto pela doença, esse alerta foi ignorado por profissionais da rede. Já a Saúde municipal argumenta que exames para detecção da febre maculosa foram feitos, bem como medicamentos foram administrados a partir da suspeita da doença. A pasta sustenta que os medicamentos devem ser administrados de acordo com o diagnóstico, que segue os princípios previstos no protocolo de atendimento, avaliação médica (anamnese), sintomas e relatos de procedência do paciente.

De acordo com a secretaria, uma webconferência está marcada para a manhã de hoje com profissionais dos setores de assistência, vigilância e zoonoses, para divulgação de informações sobre febre maculosa. O trabalho de informação junto à população também foi intensificado, segundo a Saúde municipal, por meio de distribuição de folders com medidas preventivas para evitar o contato com carrapatos, além de providências a serem tomadas em caso de suspeita de picada pelo transmissor.

Sobre a presença do carrapato-estrela na cidade, a pasta informa que ações de prevenção são feitas pela Prefeitura de BH desde 2015, com controle químico de parasitas em cavalos. Neste ano foram feitos 267 banhos com carrapaticida em 106 animais.
É feita também a vigilância em 18 pontos da Pampulha, para identificação e tratamento de focos..