A turma de praticantes de tricking, esporte que mistura artes marciais, ginástica e elementos de dança de rua, já foi bem maior – chegou a 40, com moradores de Belo Horizonte e cidades vizinhas. Mas, nos últimos dias, o grupo que se reúne há oito anos, aos domingos, no Parque Ecológico Promotor Francisco José Lins do Rêgo Santos, na Pampulha, ficou reduzido a no máximo oito pessoas. O motivo é um só: medo do carrapato-estrela, infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii, da febre maculosa, que causou a morte de um menino de 10 anos que visitou a unidade de conservação municipal.
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BH investiga dois casos suspeitos e novo foco de febre maculosaSecretaria de Saúde investiga dois casos suspeitos de febre maculosa em Belo HorizonteCaso fatal de febre maculosa em Belo Horizonte alerta para perigo de antigas doenças PBH vai estender combate a carrapato da febre maculosa a toda a orla da PampulhaCapivaras viram foco de polêmica por causa de morte de febre maculosa em BHMãe de menino morto por febre maculosa em BH critica demora no diagnósticoSaúde de BH defende ação da rede em caso de febre maculosaPacientes com suspeita de febre maculosa em BH seguem sem previsão de alta“Estamos tomando os mesmos cuidados de sempre: não ficando sob árvores ou sentados na grama, treinando de calça comprida ou usando roupas brancas. É importante também examinar o corpo a cada duas horas”, disse o enfermeiro Glaucius Marcus, de 30.
“Não tenho mais coragem de trazer meus filhos para brincar aqui.
PREVENÇÃO Curtindo o lazer de domingo, a engenheira civil Michelle Bueno, de 30, moradora do Bairro Castelo, na Região da Pampulha, costuma pedalar ao lado da mãe, a esteticista Luciene Brandão. No entanto, desde que as duas souberam da morte do menino, decidiram não passear mais com crianças ou animais no local. “Tenho um neto de 1 ano e não tenho coragem de trazê-lo mais, o que é uma pena”, disse Luciene.
Para Luciene e Michelle, informação e prevenção são fundamentais para evitar qualquer surpresa desagradável. “Seria importante ter funcionários orientando quem está no parque. Não vi ninguém distribuindo folhetos”, disse a engenheira.“A prefeitura precisa tomar providências urgentes”, acrescentou Michelle.
Pai de um menino de 5 anos, o analista de departamento pessoal Thiago Héverton Bodevan, de 29, morador da Região do Barreiro, também costuma pedalar e se exercitar no parque, mas agora com mais atenção. “Não venho mais com meu filho, muito menos com minha mulher, que está grávida”, afirmou Thiago, que gosta do espaço para andar de bike e para relaxar. “Costumo ir para a roça desde criança, estou acostumado com carrapato, mas quando há morte fica complicado”, disse o analista, que já viu as placas com a figura do bichinho e alertas.
SEM SABER Enquanto alguns frequentadores se preocupam, outros ainda não conhecem os riscos.
Para outros, o clima é de exagero. Sentados com tranquilidade num banco próximo à área de brinquedos, os amigos Thiago Oliveira, de 20, morador de Contagem, na Grande BH, e Glauce Kelly, de 17, do Bairro Ouro Preto, na Pampulha, não se mostravam muito preocupados. “Desde criança venho aqui para brincar, soltar papagaio. Parece que ‘tocaram o terror’ com essa situação”, comentou o jovem. Glauce também pensa assim e ambos concordam que a prevenção e ações eficazes, como a aplicação de carrapaticidas, são melhor remédio..