Depois da confirmação de cinco mortes no estado por febre maculosa brasileira, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) divulgou, nesta terça-feira, alerta para reforçar a prevenção contra a doença. No material divulgado, a SES sugere que as pessoas tenham atenção em ambientes favoráveis à infestação ou presença de carrapatos-estrela, como áreas rurais, matas, cachoeiras, parques e lagoas.
Somente este ano, foram confirmados 10 casos de febre maculosa no estado, com quatro mortes. Em Belo Horizonte há dois pacientes internados com a suspeita da doença, e uma criança morreu no mês passado.
A doença é transmitida ao ser humano por meio da picada do carrapato-estrela infectado pela bactéria Rickettsia rickettsii. Trata-se de enfermidade grave que, se não tratada logo no início do aparecimento dos sintomas, pode levar à morte.
Entre os sintomas, febre alta, dores no corpo, principalmente cabeça, mal-estar, náuseas, vômitos e, em alguns casos, podem surgir manchas avermelhadas na pele, principalmente na palma das mãos e planta dos pés.
Bruna Dias Tourinho, técnica do Programa da Febre Maculosa Brasileira da SES-MG, explica que os sintomas iniciais da febre maculosa ocorrem entre o 2º e o 14º dia após a picada do carrapato e podem ser facilmente confundidos com os de outras doenças.
“Por isso é fundamental que, diante dos primeiros sintomas, o paciente procure imediatamente o serviço de saúde e relate ao profissional médico que esteve em áreas propícias para a presença de carrapatos”, destaca.
Tratamento deve ser imediato para evitar a morte
A partir da suspeita da febre maculosa, o tratamento é iniciado imediatamente, sem esperar a confirmação laboratorial do caso. Se não tratados, pacientes com a doença podem evoluir para estágios de confusão, torpor, alterações psicomotoras e outras manifestações graves (edema, manifestações hemorrágicas, icterícia), que requerem cuidados hospitalares intensivos e podem levar o paciente ao óbito em cerca de 80% dos casos.
Casos de febre maculosa brasileira são registrados em Minas desde a década de 1930. De 2008 a 2016 foram registrados 111 casos e 46 óbitos por causa da doença nas principais macrorregiões do estado.
As que apresentaram maior frequência de casos são Centro (26%), Sudeste (22,9%), Leste (15,6%) e Oeste (12,5%).
Os municípios com maior número de registros da doença foram Divinópolis (8,3%), Juiz de Fora (7,2%), e Diamantina (4,2%). Em 2016, até o momento, foram dez casos confirmados e quatro óbitos.
Segundo o Ministério da Saúde, além de Minas Gerais também há registros da doença nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Espirito Santo, Santa Catarina e mais recentemente no Paraná, Rio Grande do Sul, Goiás, Ceará e Mato Grosso do Sul.