A Prefeitura de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, notificou nesta quarta-feira duas empresas de transportes que instalaram duas catracas, uma em cima da outra, nos ônibus da cidade. As concessionárias informaram que a medida foi tomada para tentar evitar a evasão financeira, quando passageiros viajam nos ônibus sem pagar a tarifa. Porém, a situação vem revoltando os usuários. A administração municipal pediu a retirada dos objetos.
Um vídeo que mostra um dos ônibus com as catracas duplas foi publicado no último dia 16 no Facebook e já conta com mais de 6,4 mil compartilhamentos. “Colocando essa roleta, que dificulta a passagem de pessoas, deixando o usuário em situação vexatória. Pois a mesma não tem espaço suficiente para as pessoas passarem com uma simples bolsa”, reclamou o usário da rede social.
De acordo com a Prefeitura de Ribeirão das Neves, as catracas foram instaladas nos coletivos sem conhecimento e autorização da Secretaria de Segurança, Trânsito e Transporte do município. “As duas empresas que prestam o serviço na cidade já foram notificadas para a retirada imediata das roletas duplas. Uma das empresas já se comprometeu a remover as catracas nos próximos dias”, afirmou.
Nas redes sociais, muitas pessoas se manifestaram contra a iniciativa. “Grande humilhação para a classe trabalhadora que depende do transporte coletivo”, comentou um usuário. Outras, no entanto, aprovaram a catraca dupla. “Tá bem evidente que o marginal vai pensar duas vezes antes de querer pular a roleta pra fugir ou tentar assaltar.
Por meio de nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) contirmou que as empresas que operam linhas de ônibus em Ribeirão das Neves começaram a a testar o novo modelo de catraca no último mês. “O objetivo é reduzir o elevado índice de passageiros que 'pulam a catraca' diariamente para não efetuar o pagamento da tarifa. A ato de 'pular catraca' causa indignação nos usuários pagantes e onera o valor da tarifa”, diz a entidade.
Ainda segundo o Sintram, caso seja verificado que o dispositivo não é funcional, prejudicando a acessibilidade ou não atingindo o objetivo, “as concessionárias farão as adaptações necessárias”.
RB
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