No início da tarde de ontem, as irmãs Glaucilene Rufino, artesã, acompanhada do filho João Miguel, de 10 meses, e Angélica Rufino, dona de casa, com Kauã, de dois anos e cinco meses, aproveitaram o tempo livre para passear. “Moramos perto, então fica mais fácil. A primavera é a melhor época do ano, já começa um calor gostoso, às vezes tem uma chuva passageira. O Jardim Botânico se torna, então, um lugar ótimo para curtir o dia com as crianças”, disse Glaucilene, que apresentou o filhote à flor-de-são-miguel.
Na conversa com a botânica da instituição, Maria Guadalupe Carvalho Fernandes, a mãe de Kauã descobriu, com muita alegria, que seu nome tem tudo a ver com a primavera. “Angélica é nome de uma flor”, explicou Maria Guadalupe. Não muito longe dali, a comissária de bordo Alessandra Souza, com a mãe Sônia Maria, também celebrava a nova estação, por um motivo bem particular e carinhoso. “Nasci no dia 25 de setembro. Então, sou a flor preferida do jardim da minha mãe”, brincou.
Sentadas num banco, sob um pé de urucum e diante da vastidão de canteiros de sálvias e petúnias, Alessandra e Sônia falaram das flores preferidas. A filha foi rápida ao dizer que gosta muito de margaridas. A mãe pensou um pouco, e se lembrou “daquelas cultivas em vasos em casa”. E respondeu: “Ah! Violetas... adoro violetas”.
MAU ESTADO Para quem quer ver plantas de outras regiões de Minas, a Fundação Zoo-Botânica oferece cinco estufas, sendo a maior delas a central, com espécimes da mata atlântica – as outras trazem exemplares de campos rupestres, caatinga, especialmente do Norte e Nordeste do estado, e há duas mostrando a evolução das plantas. Abertas ao público, no horário de funcionamento do zoológico (de terça a domingo e feriados, das 8h30 às 16h), as estufas seriam um ótimo passeio, não fosse o estado lamentável da central, que foi construída em 1999.
Com estrutura metálica e cobertura em policarbonato, e uma passarela sob um espelho d’água infelizmente vazio, a estufa central está com desprendimento da pintura e partes quebradas, mostrando a necessidade urgente de reforma. Segundo Maria Guadalupe, já está pronto um projeto para recuperação do local, que abriga algumas plantas pouco conhecidas da população, como a Almeidea rubra, vinda do Parque Estadual do Rio Doce e da mesma família do limão.
Contornando as estufas, há os jardins de flores; o de plantas suculentas e o de plantas medicinais, que tem forma de cocar para homenagear a sabedoria dos povos indígenas; de folhagens; e de palmeiras do Brasil. Em cada um deles, há equipes de jardineiros revolvendo a terra. Na primavera, segundo Maria Guadalupe, há mais luz e água, e também reprodução dos polinizadores, a exemplo dos pássaros e abelhas. “No Brasil, nós temos flores o ano inteiro, basta lembrar dos ipês em agosto, situação bem diferente da Europa, com estações bem definidas”, disse a botânica.
Massa de ar frio
A Defesa Civil alertou que na manhã de hoje os termômetros marcarão mínima inferior a 13°C e a umidade relativa do ar ficará em torno de 75%. Segundo previsão do Clima Tempo, o motivo é a passagem de uma massa de ar frio por Belo Horizonte e Região Metropolitana. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia, a primavera não começará com chuva em Belo Horizonte, embora o dia de hoje fique parcialmente nublado. Previsão de água, somente para domingo, assim mesmo sem muita intensidade. No Sul de Minas e Campo das Vertentes, a temperatura deverá cair muito, atingindo a casa dos cinco graus, devido a uma área de instabilidade entre São Paulo e Minas. A possibilidade maior de chuva é nas regiões Noroeste, Norte e vales do Jequitinhonha e Mucuri.