Leia Mais
Confirmado mais um caso de febre maculosa por contaminação na PampulhaSecretaria de Estado de Saúde confirma mais dois casos de febre maculosa em MinasParque Ecológico da Pampulha é fechado para busca de carrapatos Busca de carrapatos vai determinar se área isolada do Parque Ecológico será ampliadaLagoa da Pampulha ganha linha de ônibus circularTécnicos da Zoonoses estão na Pampulha em busca de outros carrapatosSegundo a SES, Minas Gerais registrou 12 casos de febre maculosa neste ano, sendo que quatro pessoas morreram. Os casos confirmados ocorreram em Tombos (1), Divinópolis (4), Chiador (1), Belo Horizonte (2), Antônio Dias (1), Senador Modestino Gonçalves (1) e Mathias Barbosa (1). Já as mortes foram registradas em Divinópolis (2), Belo Horizonte (1) e Antônio Dias (1).
Hoje, o entorno da Lagoa da Pampulha será alvo de pesquisas em 11 pontos para identificar possíveis infestações do carrapato-estrela, transmissor da febre maculosa. Ontem, trabalho semelhante foi realizado em 19 pontos do Parque Ecológico José Lins do Rêgo, na região.
Ontem, o parque ficou fechado para que equipe da Gerência de Zoonoses da Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) fizesse varredura, tecnicamente denominada monitoramento acarológico. Foram recolhidas amostras do parasita para identificação em laboratório. Até o começo da tarde somavam cinco amostras, mas a SMSA não tinha informações do total de carrapatos e a espécie, já que os trabalhos de pesquisa se encerraram no fim da tarde.
O objetivo dos exames entomológicos é identificar os carrapatos e verificar a quantidade estimada nos 19 pontos, disse o gerente de Controle de Zoonoses, veterinário Eduardo Viana. Na sequência, será feito um relatório a respeito da situação. “Sobre a bactéria Rickettsia rickettsii, nem vamos nos preocupar, pois já ficou provado que ela está no ambiente”, afirmou. O resultado dos exames, que serão feitos no laboratório da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), será divulgado em uma semana. As ações foram acompanhadas por Cláudio Faria, diretor de Educação Ambiental da Fundação Zoobotânica de BH (FZB-BH), instituição que administra a unidade de conservação.
COLETA Desde as 9h, o grupo formado por um veterinário e três agentes realizou dois tipos de ação nos 19 pontos do parque: a primeira, chamada de arrasto de flanela, consistia em passar um pedaço do tecido branco sobre a grama para que os “invertebrados artrópodes” ficassem agarrados na superfície. “Essa atividade imita o movimento humano, pois os carrapatos também se prendem à roupa, quando as pessoas caminham”, explicou o gerente de Controle de Zoonoses. Entre as 9h e as 10h45, a equipe encontrou carrapatos em cinco dos 19 pontos com o arrasto de flanela.
Viana explicou que as ações ocorrem tradicionalmente em 10 pontos, ao longo do ano. “Desta vez, foram incluídos mais nove, por onde o escoteiro teria passado durante o passeio do dia 4”, afirmou. Na segunda atividade, os profissionais espalharam armadilhas com gelo seco, também sob flanelas brancas, pelo gramado. A explicação é que, como o material libera gás carbônico, a exemplo do corpo humano, os carrapatos se aproximam e ficam sobre os pelos do tecido, facilitando a captura. Uma integrante da equipe lembrou que a prática de esporte, quando as pessoas transpiram muito, não é indicada para a área.
VAZIO TOTAL Desde a morte do escoteiro, a frequência vem caindo muito no Parque Ecológico e, ontem, nem nas imediações eram vistas pessoas caminhando ou pedalando. O vazio era completo. Segundo os técnicos da PBH, o trecho isolado da unidade de conservação compreende áreas do Parquinho 2 e do Memorial Japonês, limítrofes à reserva ambiental localizada nos fundos do Parque. Para as autoridades, a interdição total ainda não está nos planos e tudo vai depender dos resultados dos exames.